Ed Gein: história real do serial killer que inspirou clássicos

Ed Gein, nome que ainda causa fascínio mórbido, volta aos holofotes com a estreia de “Monstros: a História de Ed Gein”, nova temporada da antologia de true crime da Netflix. A produção de Ryan Murphy revive os fatos que, entre as décadas de 1940 e 1950, chocaram os Estados Unidos e serviram de base para alguns dos maiores clássicos do terror.
Nascido em 1906, em Plainfield, Wisconsin, Gein cresceu sob a rígida educação da mãe, Augusta, profundamente religiosa e dominadora. O pai, alcoólatra, pouco participava da vida dos filhos. Órfão em 1945, após a morte de Augusta, o então solitário Ed afundou em leituras sobre canibalismo e atrocidades, dando início a um ciclo de crimes que marcaria a história criminal norte-americana.
Ed Gein: história real do serial killer que inspirou clássicos
Entre 1947 e 1957, Gein saqueou túmulos e transformou restos mortais em objetos macabros, de máscaras de pele humana a móveis revestidos de ossos. A polícia encontrou cintos feitos de mamilos, abajures cobertos de pele e até um traje feminino completo — artefatos que ele acreditava permitir “tornar-se” sua mãe.
A investigação explodiu quando Bernice Worden desapareceu, em 1957. O corpo da comerciante foi localizado na propriedade de Gein, levando à sua prisão imediata. Embora ele admitisse o assassinato de Worden e de Mary Hogan, as autoridades nunca descartaram ligações com outros desaparecimentos.
Prisão, julgamentos e morte
Considerado mentalmente incapaz, Ed Gein foi enviado a um hospital psiquiátrico ainda em 1957. Reavaliado em 1968, foi declarado culpado pelo homicídio de Worden, mas novamente julgado insano, permanecendo internado em instituições de segurança máxima até 26 de julho de 1984, quando morreu, aos 77 anos, de falência respiratória causada por câncer no pulmão. Seu túmulo em Plainfield foi vandalizado repetidas vezes; a lápide chegou a ser roubada em 2000.
Casa incendiada e carro exibido em circo
Logo após a prisão, a casa de Gein atraiu curiosos e rumores de virar atração turística. Antes disso, em março de 1958, o imóvel pegou fogo e foi consumido pelas chamas em circunstâncias nunca esclarecidas. Já o carro usado para transportar corpos foi leiloado e exibido por um proprietário de circo em feiras itinerantes.
Legado na cultura pop
O impacto de Gein atravessou as décadas. “Psicose” (1960), de Alfred Hitchcock, baseou-se no apego doentio do assassino à mãe; “O Massacre da Serra Elétrica” (1974) trouxe Leatherface e suas máscaras de pele; e “O Silêncio dos Inocentes” (1991) apresentou Buffalo Bill, que costurava roupas com pele feminina. A influência do criminoso é tão marcante que, segundo a Enciclopédia Britannica, seu caso redefiniu o arquétipo do vilão perturbado no cinema de terror.
Com a série da Netflix, o público revisita os detalhes que transformaram Ed Gein em sinônimo de horror — prova de que, mesmo décadas após sua morte, o serial killer ainda assombra o imaginário coletivo.
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Imagem: Wikimedia Commons
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