Drones russos na Polônia provocaram a maior mobilização defensiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022. Na madrugada de quarta-feira (27), três aeronaves não tripuladas foram abatidas após violarem o espaço aéreo polonês, enquanto outros aparelhos caíram em diferentes pontos do leste do país.
Varsóvia classificou o incidente como “provocação em larga escala” e solicitou sessão do Conselho de Segurança da ONU para esta sexta-feira, às 19h GMT. Paralelamente, aliados anunciaram o envio de tropas, artilharia e sistemas de defesa aérea para proteger o flanco oriental da aliança militar.
Drones russos levam Otan a reforçar defesa na Polônia
Segundo o ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, os Países Baixos disponibilizarão sistemas antiaéreos, peças de artilharia e 300 militares. A República Tcheca enviará 100 soldados e helicópteros, enquanto a Alemanha ampliará o policiamento aéreo e posicionará uma brigada em território lituano para alertar sobre possíveis sobrevoos hostis.
O presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou o envio de três caças Rafale para patrulhar o céu polonês. “Não cederemos à crescente intimidação da Rússia”, declarou. Já os Estados Unidos, por meio de seu presidente Donald Trump, disseram esperar que o episódio “tenha sido um erro”, mantendo, porém, postura cautelosa.
Preocupação regional e manobras militares
A violação reforçou receios em países que fazem fronteira com a Rússia e Belarus. A Letônia fechou parte de seu espaço aéreo por uma semana, e a Polônia limitou voos de drones civis ao longo das fronteiras leste. As tensões coincidem com o início dos exercícios conjuntos “Zapad 2025”, realizados por Moscou e Minsk, que devem envolver até 30 000 soldados.
Autoridades europeias divergem sobre a intenção russa. Para o presidente polonês, Karol Nawrocki, a incursão representa um “teste de capacidade” da Otan. O comandante militar da aliança, Alexus Grynkewich, afirmou que ainda não há confirmação se a invasão foi deliberada ou acidental, nem o número exato de drones que cruzaram a linha de fronteira.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ofereceu treinamento a militares ocidentais para aprimorar a defesa contra ataques aéreos e propôs a criação de um escudo conjunto sobre a Europa. Em nota, o Kremlin declarou não ter “comentário adicional” sobre as acusações.
Para mais detalhes sobre o posicionamento da Otan, confira a cobertura da BBC News em reportagem recente, que aprofunda as implicações estratégicas da crise.
Em síntese, o abate de drones russos na Polônia gerou resposta imediata dos aliados e expôs o clima de incerteza que envolve o conflito, aumentando a vigilância em toda a região.
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Crédito da imagem: Reuters