Drones russos na Polônia testam reação da Otan e UE

Drones russos na Polônia testam reação da Otan e UE. A violação de 19 aeronaves não tripuladas da Rússia sobre o território polonês na manhã de quarta-feira (20) obrigou Varsóvia a acionar caças próprios, além de F-35 holandeses e uma aeronave de alerta antecipado italiana, revelando o maior abalo na segurança do país desde a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que pelo menos três drones foram abatidos e classificou o episódio como “o momento mais próximo de conflito aberto” em décadas. Ele anunciou que solicitará a ativação do Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre aliados quando a integridade territorial de um membro é ameaçada.

Drones russos na Polônia testam reação da Otan e UE

Moscou rechaçou acusações de ataque deliberado, alegando que “nenhum alvo em solo polonês estava previsto”, mas não negou a invasão de espaço aéreo. A justificativa foi recebida com ceticismo. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, declarou que “não há qualquer indício de acidente”, enquanto o italiano Guido Crosetto descreveu a ação como “ataque intencional para provocar e testar”.

Uma das aeronaves atingiu uma casa no município de Wyryki, no leste da Polônia, sem deixar feridos. Especialistas divergem sobre a motivação. Para a pesquisadora Marina Miron, do King’s College London, falhas de navegação ou GPS spoofing podem explicar o desvio. Já analistas como Justin Bronk, do RUSI, apontam que o número elevado de drones — supostamente modelos de longo alcance Gerbera, baratos e sem ogivas — indica propósito claro de sondagem das defesas ocidentais.

Keir Giles, do think tank Chatham House, avalia que o incidente funciona como “teste de fogo” para a coesão europeia. Segundo ele, reações meramente diplomáticas encorajariam Moscou a ampliar incursões. A posição é compartilhada por diversas autoridades citadas pela BBC News, que defendem um escudo aéreo sobre a Ucrânia, proposta travada desde 2023 por receios de confronto direto.

Nos Estados Unidos, parlamentares democratas e republicanos condenaram rapidamente o sobrevoo. O presidente Donald Trump limitou-se a uma postagem: “O que a Rússia quer com drones violando o espaço aéreo da Polônia? Lá vamos nós!”. A ambiguidade reforça apreensão europeia sobre o compromisso de Washington com a segurança do continente.

Enquanto Varsóvia finaliza relatório a ser partilhado com aliados, a Otan monitora possíveis novas violações. A repercussão deste episódio fornecerá à Rússia dados preciosos sobre tempos de resposta e coordenação militar ocidental — exatamente o tipo de informação que estrategistas em Moscou buscam para calibrar futuras ações na chamada “zona cinzenta”.

Em síntese, a incursão de drones russos revelou vulnerabilidades no leste europeu e colocou a determinação da Aliança à prova. Para acompanhar desdobramentos tecnológicos e estratégicos que moldam o cenário internacional, visite nossa editoria em Ciência e tecnologia e siga nossas atualizações.

Crédito da imagem: Reuters

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