Drones sobre aeroporto de Copenhague causaram o fechamento completo do hub dinamarquês na noite de segunda-feira, interrompendo pousos e decolagens por aproximadamente quatro horas, segundo a polícia local.
Autoridades informaram que entre dois e três equipamentos não tripulados foram avistados no espaço aéreo do aeroporto, o maior da Escandinávia. Embora não haja indícios de intenção de ataque, a presença dos aparelhos provocou grande impacto na malha aérea da região.
Drones sobre aeroporto de Copenhague paralisam voos
A primeira-ministra Mette Frederiksen classificou o episódio como “ataque sério contra infraestrutura crítica”. Já o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, declarou em Bruxelas que a aliança “defenderá cada centímetro de território aliado”, caso se confirme participação russa. O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, rejeitou qualquer envolvimento e criticou “acusações infundadas”.
De acordo com o inspetor sênior Jes Jespersen, da Polícia de Copenhague, a decisão de não derrubar os drones levou em conta a presença de aeronaves nas pistas e de depósitos de combustível próximos. “Os operadores pareciam querer exibir suas habilidades, ligando e desligando as luzes e executando diferentes padrões de voo”, afirmou.
Especialistas como o historiador Andres Kasekamp, da Universidade de Toronto, veem o incidente como parte de uma escalada que inclui incursões de drones na Polônia e na Romênia, além de jatos MiG-31 que violaram o espaço aéreo da Estônia. Para ele, tais ações devem continuar “até que haja retaliação à altura”.
Com a proximidade geográfica da Rússia, a Dinamarca deverá integrar, na sexta-feira, um grupo de países da linha de frente que discutirá na União Europeia a criação de uma “muralha de drones” para proteger fronteiras. Medidas de defesa coletiva já são analisadas pela OTAN, como detalha o documento oficial disponível em nato.int.
Enquanto isso, passageiros enfrentaram atrasos e cancelamentos. O tráfego foi normalizado apenas na madrugada de terça-feira, após os drones desaparecerem dos radares. A polícia continua investigando a origem dos controladores remotos e não descarta terrorismo ou espionagem militar.
O episódio reforça a preocupação global com a segurança de aeroportos diante da popularização de aeronaves não tripuladas. Em 2018, situação semelhante em Gatwick, no Reino Unido, cancelou centenas de voos e evidenciou lacunas na legislação internacional.
Em síntese, o sobrevoo mostra como drones podem paralisar a principal porta de entrada aérea de um país e acender alertas estratégicos. Para acompanhar outras análises sobre segurança e tecnologia, visite nossa editoria em Ciência e Tecnologia e continue informado.
Crédito da imagem: Steven Knap/Ritzau Scanpix via AP