Novak Djokovic garantiu esta terça-feira um lugar nas meias-finais do US Open 2025, ao derrotar o norte-americano Taylor Fritz por 6-3, 7-5, 3-6 e 6-4, num encontro de três horas e 24 minutos disputado no Arthur Ashe Stadium, em Nova Iorque.
Sereno sob pressão no Arthur Ashe
Quarto cabeça-de-série, Djokovic enfrentou um adversário que exerceu pressão constante sobre o seu serviço. Fritz dispôs de 15 oportunidades de break, mas o sérvio salvou 12 e impôs-se nos momentos decisivos. Entrou com ritmo elevado, quebrou no jogo inaugural e construiu rapidamente uma vantagem de 3-0. Embora o norte-americano tenha ameaçado recuperar, o ex-número um fechou o primeiro set na segunda tentativa.
A segunda partida manteve o equilíbrio. Fritz falhou dez pontos de break antes de conseguir finalmente converter o primeiro, no 11.º, quando Djokovic servia para 6-4. Contudo, o norte-americano cometeu três duplas faltas no jogo seguinte e devolveu a vantagem. O sérvio capitalizou e avançou para 2-0 em sets.
O ambiente aqueceu no terceiro parcial. O público norte-americano, maioritariamente favorável a Fritz, reagiu quando Djokovic reclamou com o árbitro por ruído vindo das bancadas durante o lançamento da bola. O californiano aproveitou a distração para quebrar e fechou o set por 6-3, reabrindo a discussão.
Com a experiência de quatro títulos em Flushing Meadows, Djokovic retomou o controlo na quarta manga. Sem ceder o próprio serviço, esperou a oportunidade. O momento surgiu a 5-4: uma dupla falta de Fritz selou o resultado e confirmou o 47.º acesso do sérvio às meias-finais de um Major.
No final, Djokovic admitiu ter sido “um encontro incrivelmente equilibrado, poderia ter caído para qualquer lado”, acrescentando que, em vários jogos de serviço, tentou “apenas manter-se vivo”. Aos 37 anos, o sérvio persegue o 25.º troféu de Grand Slam, marca que o isolaria na frente do ténis masculino e feminino.
Alcaraz avança sem ceder sets
Horas antes, Carlos Alcaraz selou a passagem à penúltima ronda do torneio, derrotando o checo Jiri Lehecka por 6-4, 6-2 e 6-4. O espanhol, segundo pré-designado, atingiu as meias-finais em Nova Iorque pela terceira vez e, pela primeira vez na carreira, chegou a esta fase de um Major sem perder um set.
Alcaraz, 22 anos, exibiu a sua habitual combinação de potência e criatividade, chegando a surpreender o público com pancadas arriscadas. “Estou aqui para entreter,” referiu após o encontro. O cinco-vezes campeão de Grand Slam destacou a importância de jogar “de forma sólida e inteligente”, mas confessou que não abdica dos “hots shots” quando surgem as oportunidades.
Rivalidade geracional nas meias-finais
O confronto entre Djokovic e Alcaraz, marcado para quinta-feira, reedita uma rivalidade que se tem firmado como símbolo da transição de gerações no circuito. O espanhol venceu o sérvio em duas finais de Wimbledon, enquanto Djokovic levou a melhor nos dois encontros mais recentes, incluindo a final olímpica do último verão. Dezasseis anos separam ambos; em experiência, somam agora 45 títulos de Grand Slam, 40 dos quais pertencem ao sérvio.
O vencedor garantirá lugar na final de domingo e enfrentará quem sair dos duelos ainda por disputar: Alex de Minaur defronta Felix Auger-Aliassime, e Jannik Sinner mede forças com Lorenzo Musetti. Sinner, número um mundial, procura a segunda presença em finais de Major, enquanto o compatriota Musetti estreia-se em quartos-de-final de Grand Slam.
Com Roger Federer e Rafael Nadal já afastados da competição, Djokovic permanece como o último elemento ativo do trio que dominou a modalidade durante quase duas décadas. Do outro lado da rede, Alcaraz lidera a nova vaga, acompanhado por Sinner, numa disputa que tem renovado o panorama do ténis mundial.
A meia-final em Flushing Meadows promete, assim, conjugar experiência e frescura num palco onde ambos já levantaram o troféu. Djokovic procura o quinto título em Nova Iorque; Alcaraz tenta repetir a conquista de 2022 e colocar-se a um passo do sexto Major da carreira.