Disney acusa Google de violar direitos autorais para treinar inteligência artificial, aponta notificação extrajudicial

Disney acusa Google de violar direitos autorais para treinar inteligência artificial, aponta notificação extrajudicial

Disney acusa Google de realizar, sem autorização, o uso de personagens e obras protegidas por direitos autorais no processo de treinamento de seus modelos de inteligência artificial, de acordo com notificação extrajudicial enviada pela empresa do setor de entretenimento na quarta-feira (10).

Índice

Entenda por que Disney acusa Google de infração em larga escala

O ponto central do impasse é a alegação de que a companhia sediada em Mountain View teria recorrido a um amplo portfólio de criações pertencentes à Disney para ensinar seus algoritmos de IA a gerar imagens. Conforme o documento obtido pela imprensa, essa utilização abrangente abrangeria títulos de animação, produções cinematográficas live-action e propriedades intelectuais derivadas de quadrinhos. A acusação sustenta que nenhum contrato, licença ou autorização foi concedido para que o Google internalizasse esse material em suas bases de dados de treinamento, caracterizando, na visão da Disney, infração em “escala massiva”. A carta extrajudicial requer a interrupção imediata da prática e o compromisso com mecanismos de prevenção de futuras violações.

Franquias citadas quando a Disney acusa Google de uso indevido

A lista de obras mencionadas na notificação inclui algumas das franquias mais valiosas da indústria do entretenimento. Estão entre elas “Os Simpsons”, “Homem-Aranha”, “Os Vingadores” e “Toy Story”. Também aparecem títulos como “Moana”, “O Rei Leão”, “Guardiões da Galáxia”, “Monstros S.A.”, “Frozen”, “Lilo & Stitch” e “Ratatouille”. O documento registra exemplos concretos de imagens geradas pela inteligência artificial que reproduzem personagens famosos, a exemplo de Darth Vader e Homer Simpson, muitos deles acompanhados do logotipo do produto de IA Gemini. Segundo a denúncia, a presença desse símbolo poderia levar o público a presumir, de forma equivocada, que a Disney endossa ou licencia tais representações, o que não corresponde à realidade.

Como a notificação detalha o “modo de operação” atribuído ao Google

A carta enviada pelos representantes legais da Disney descreve duas vertentes principais de uso supostamente ilícito. A primeira envolve a ingestão de material protegido em datasets que alimentam o treinamento de modelos generativos. A segunda refere-se à exibição pública de resultados considerados derivados dessas obras, tanto na interface direta da IA quanto em plataformas nas quais o Gemini está integrado, incluindo o YouTube. Há, ainda, menção a uma campanha que teria sido impulsionada por um post do CEO Sundar Pichai na rede social X. De acordo com a acusação, a publicação disponibilizou um prompt padrão para que usuários gerassem imagens de personagens famosos, estimulando uma tendência viral de criação de conteúdos possivelmente violadores de direitos autorais.

Demandas formais apresentadas quando a Disney acusa Google

No teor do documento, a Disney formula pedidos específicos. Em primeiro lugar, exige que o Google “pare de copiar, apresentar, distribuir e exibir publicamente” quaisquer obras derivadas de suas propriedades intelectuais. Em segundo, solicita que a gigante de buscas impeça a exibição dessas criações tanto em respostas do modelo de IA quanto em outros produtos ou serviços onde o Gemini esteja incorporado, com destaque para o YouTube. Por fim, requer que sejam implementadas salvaguardas eficazes que evitem a reiteração de condutas semelhantes em consultas futuras, assegurando que usuários não possam gerar imagens ou vídeos infringentes. O texto afirma que tentativas anteriores de contato sobre infrações similares não resultaram em providências concretas por parte do Google.

Notificações a outras empresas e acordo iminente com a OpenAI

A ação contra o Google soma-se a um histórico recente de medidas tomadas pela Disney em relação a companhias que operam no segmento de inteligência artificial. Em ocasiões anteriores, notificações foram expedidas à Meta, à Character.AI, à MidJourney e à Minimax, sempre questionando práticas de treinamento ou disponibilização de conteúdo gerado a partir de personagens exclusivos. Paralelamente, o momento da notificação atrai atenção porque se dá pouco antes do anúncio de um acordo bilionário entre a Disney e a OpenAI para licenciamento de produções. Esse contrato, caso concretizado, pode estabelecer parâmetros formais de uso de propriedades intelectuais da empresa do setor de mídia em sistemas de IA, contrastando com o cenário descrito na carta encaminhada ao Google.

Resposta aguardada e próximos passos após a acusação de que Disney acusa Google

Até a publicação das informações contidas na notificação, o Google não havia se manifestado publicamente sobre as exigências ou sobre as alegações de infração. A ausência de resposta mantém em aberto questões relevantes, como eventuais negociações extrajudiciais, possíveis adequações técnicas na ferramenta Gemini ou até medidas judiciais que a Disney possa adotar caso não obtenha as garantias solicitadas. O foco imediato recai na expectativa de um posicionamento oficial da empresa de tecnologia, que poderá confirmar, negar ou detalhar ajustes em suas práticas de treinamento e exibição de conteúdo.

A defesa dos direitos autorais por parte de titulares de grandes catálogos, aliada ao avanço acelerado de modelos generativos, projeta um cenário no qual novas contestações e acordos de licenciamento podem surgir. O desfecho da notificação enviada em 10 de dezembro e a eventual resposta do Google serão elementos decisivos para definir os próximos capítulos desse processo.

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