Discos movidos à luz solar podem explorar a mesosfera

Discos movidos à luz solar podem explorar a mesosfera

Discos movidos à luz solar podem explorar a mesosfera, segundo estudo da Universidade de Harvard que demonstrou a viabilidade de miniaparelhos levitados apenas pela luz para pesquisas a cerca de 60 km de altitude.

Discos movidos à luz solar podem explorar a mesosfera

Descritos esta semana na revista Nature, os dispositivos têm formato de disco, são feitos de alumínio cerâmico com base de cromo e medem pouco menos que metade de uma moeda de centavo de dólar. Em câmara de baixa pressão, eles se mantiveram em voo estável graças à fotoforese, fenômeno em que a diferença de temperatura gerada pela incidência de luz cria um fluxo de ar capaz de anular a força da gravidade.

De acordo com Ben Schafer, autor principal do artigo, a equipe conseguiu tornar as estruturas tão leves que a força fotoforética supera o peso do material, viabilizando o voo sem qualquer combustível. Os protótipos voaram em testes que simularam a luminosidade e a pressão típicas da mesosfera, camada alta demais para aeronaves convencionais e baixa para satélites reunirem dados precisos.

O professor Joost Vlassak, coautor do trabalho, explica que o processo de nanofabricação já pode ser ampliado para dispositivos com “dezenas de centímetros” de diâmetro. A meta agora é integrar sensores de temperatura, pressão, composição química e módulos de comunicação, transformando cada disco em uma plataforma autônoma de coleta de dados atmosféricos.

Além de monitorar o clima terrestre, os pesquisadores visualizam aplicações em missões a outros planetas com atmosfera, como Marte, desde que haja luz suficiente para alimentar o voo. O conceito também desperta interesse de empresas de telecomunicações, que estudam usar enxames de discos fotoforéticos como repetidores de sinal em altitudes estratégicas.

Avanços como esse reforçam o potencial da fotoforese para abrir novas rotas de pesquisa científica e tecnológica. Para acompanhar mais inovações semelhantes, visite nossa editoria de Ciência e Tecnologia e continue informado.

Crédito da imagem: Schafer et al. 2025

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