Delírio domina Top 10 da Netflix e pode ganhar segunda temporada
“Delírio”, produção colombiana de oito episódios disponível na Netflix, permanece entre os títulos mais vistos da plataforma e reacende a discussão sobre uma eventual continuação. Embora o serviço de streaming ainda não tenha confirmado novos capítulos, o desempenho consistente e as pontas soltas deixadas pelo enredo alimentam a expectativa dos espectadores.
Sucesso imediato no catálogo global
Lançada sem divulgação massiva, a série rapidamente entrou no Top 10 da Netflix em vários territórios e chegou a liderar a audiência na Colômbia durante alguns dias. Segundo dados da própria plataforma, mais de 2,2 milhões de contas assistiram à produção na última semana, acumulando 10,4 milhões de horas reproduzidas desde a estreia. Estes números colocam “Delírio” entre as estreias latino-americanas de maior alcance em 2025, parâmetro que costuma pesar nas decisões de renovação do serviço.
A estrutura narrativa alterna passado e presente para acompanhar Fernando Aguilar, professor que tenta compreender o colapso mental da mulher, Agustina Londoño. As idas e voltas temporais, ambientadas nos anos 1980, revelam segredos familiares que ajudam a explicar a condição actual de Agustina. O formato não linear manteve o público envolvido graças a várias reviravoltas, elemento que também abre espaço para desenvolvimento adicional.
Fatores que influenciam a renovação
Apesar da popularidade, há condicionantes. O argumento baseia-se no romance homónimo de Laura Restrepo, obra sem continuação publicada. Essa limitação literária pode restringir o rumo da história, embora os argumentistas tenham deixado várias questões em aberto no último episódio. Personagens secundários pouco aprofundados e motivações mal esclarecidas são pontos identificados pela própria audiência como terreno fértil para futuros roteiros.
Historicamente, a Netflix avalia sobretudo a permanência dos títulos nas tabelas de visualização e a taxa de conclusão da temporada. Caso “Delírio” mantenha o ritmo de crescimento nas próximas semanas, a série deverá superar a barreira mínima de audiência interna que costuma assegurar sinal verde para novas filmagens. O facto de se tratar de uma produção local com tração internacional reforça essa probabilidade, dado o interesse recente do serviço em conteúdos regionais que viajam bem fora do país de origem.
O que um segundo ano poderia abordar
Os eventos finais deixam a família Londoño perante segredos parcialmente expostos e consequências ainda incertas. Um eventual segundo conjunto de episódios permitiria explorar as repercussões das revelações para Fernando, Agustina e restantes membros do clã, além de aprofundar o contexto político e social dos anos 1980, pano de fundo marcante da narrativa.
Entre os eixos possíveis para continuação estão a evolução do estado mental de Agustina, o impacto das descobertas de Fernando na comunidade onde vive e a exploração de personagens que tiveram participação limitada, mas cujas histórias anteriores vislumbram conflitos adicionais.
Perspetivas próximas
Sem declaração oficial, a Netflix mantém a política habitual de aguardar cerca de um a três meses após a estreia para analisar métricas completas. Até lá, “Delírio” continua a somar horas de visualização que podem ditar o futuro da série. Se as actuais tendências se mantiverem, um anúncio de renovação ainda em 2025 torna-se plausível.
Para já, os oito episódios disponíveis oferecem um desfecho provisório, porém permeado de lacunas que intencionalmente convidam a novas camadas narrativas. O público terá de aguardar pela decisão final do serviço de streaming, cuja balança penderá entre os dados de audiência e a viabilidade criativa de expandir a trama além do material original de Laura Restrepo.

Imagem: tecmundo.com.br