Death Stranding 2 falha na acessibilidade e afasta jogadores com deficiência

Death Stranding 2: On the Beach, lançado a 26 de julho de 2025 pela Kojima Productions e distribuído pela Sony, chega ao mercado com elogios à narrativa e aos visuais, mas enfrenta críticas severas pela escassa oferta de recursos de acessibilidade.

Menus sem opções dedicadas

Logo no ecrã inicial, o jogo não apresenta qualquer menu específico para acessibilidade. As definições limitam-se a ajustes de som, imagem e comandos, sem elementos dedicados a jogadores com deficiências visuais, auditivas ou motoras. Os textos nos menus mantêm tamanhos fixos e exibem transparência que reduz o contraste, factor que dificulta a leitura para utilizadores com baixa visão. A ausência de opções para ampliar fontes, alterar cores ou aplicar fundos opacos impede adaptações básicas.

Interface e legendas pouco personalizáveis

Durante a jogabilidade, a interface continua rígida: ícones, HUD e indicadores não podem ser redimensionados nem recoloridos. A única personalização disponível é a ativação ou remoção de elementos do ecrã. As legendas oferecem apenas a exibição do nome do personagem que fala, sem ajuste de tamanho, fundo sólido ou indicação de efeitos sonoros, requisitos considerados essenciais por jogadores surdos ou com dislexia.

Dificuldade genérica e ausência de filtros visuais

O título inclui quatro níveis de dificuldade — História, Casual, Normal e Brutal — que podem ser alternados a qualquer momento. Contudo, não existe segmentação entre combate, exploração ou quebra-cabeças, prática já comum em outros jogos recentes para equilibrar desafios conforme a necessidade do utilizador. Adicionalmente, o software não disponibiliza filtros para daltónicos, ampliando as barreiras para jogadores com limitação na perceção de cores.

Controles com ajustes limitados

O sector dos controlos é o que apresenta maior esforço por parte da produtora. É possível desativar sensores de movimento, alternar entre pressionar ou tocar num botão para determinadas ações e definir a zona morta dos analógicos. No entanto, o remapeamento completo de botões não está integrado no jogo, obrigando os utilizadores a recorrer às definições de sistema da PlayStation 5, solução nem sempre conhecida por todos.

Impacto na experiência de jogo

A análise, conduzida por um jogador com baixa visão, concluiu que a campanha não pôde ser terminada devido às barreiras descritas. A falta de opções compromete a compreensão de diálogos, a navegação em menus e o acompanhamento da ação em cenários extensos, elementos centrais na proposta de entrega de carga em mundo aberto.

Expectativas e comparações

A Sony tem historicamente promovido iniciativas de acessibilidade nos seus títulos first-party, como demonstrado em The Last of Us Part II e God of War Ragnarök. A discrepância observada em Death Stranding 2 surpreende parte da comunidade e destaca um retrocesso face aos padrões atuais da indústria AAA.

Com um preço de venda recomendado de 400 reais no mercado brasileiro — ou equivalente noutros territórios —, o jogo torna-se um investimento considerável. Para jogadores que dependem de ferramentas de apoio, a carência de recursos pode converter a experiência em obstáculo insuperável, limitando o acesso a um dos lançamentos mais aguardados do ano.

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Imagem: tecmundo.com.br

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