David Berkowitz: o serial killer que aterrorizou Nova York

David Berkowitz: o serial killer que aterrorizou Nova York voltou ao centro do debate público após a estreia da minissérie documental “Conversando com um serial killer: O Filho de Sam”, na Netflix. O criminoso, que matou seis pessoas e feriu outras sete entre 1976 e 1977, impôs um clima de pânico sem precedentes à metrópole norte-americana.

Nascido no Brooklyn em 1953 e criado por pais adotivos, Berkowitz começou a apresentar comportamentos violentos na adolescência. Aos 23 anos, passou a atacar jovens casais e mulheres em carros ou nas ruas, sempre com arma de fogo. O padrão dos disparos confundiu a polícia e rapidamente ganhou as manchetes.

David Berkowitz: o serial killer que aterrorizou Nova York

O apelido “Filho de Sam” surgiu das cartas enviadas pelo assassino a jornais e investigadores. Ele dizia seguir ordens de um “Sam” demoníaco — mais tarde revelado como o cachorro do vizinho, que alegava estar possuído. O tom sarcástico dessas mensagens, publicadas pela imprensa, ampliou a histeria coletiva e colocou a cidade em estado de alerta.

O impacto social foi profundo. Salões de beleza registraram aumento de clientes que mudavam o corte de cabelo para fugir do “perfil” escolhido pelo criminoso, enquanto ruas antes movimentadas ficaram vazias à noite. A crise econômica dos anos 1970 potencializou o medo: Nova York, já fragilizada, parecia impotente diante do assassino que desafiava autoridades e mídia.

A caçada terminou em agosto de 1977, quando uma multa de estacionamento próxima a uma cena do crime levou os detetives até o carro de Berkowitz. Preso com a arma usada nos ataques, ele confessou todos os homicídios e recebeu seis penas de prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional.

Na cadeia, declarou-se convertido ao cristianismo e passou a assinar cartas como “Filho da Esperança”. Mesmo assim, continua cumprindo pena em regime fechado e é lembrado como um dos serial killers mais perigosos dos Estados Unidos. A Encyclopaedia Britannica mantém verbete detalhado sobre seu caso, reforçando a relevância histórica do episódio.

A produção da Netflix, composta por três episódios, intercala depoimentos atuais, arquivos de época e análises de especialistas para contextualizar não só os crimes, mas também o papel da imprensa na construção do mito do Filho de Sam. O documentário soma-se a filmes como “Summer of Sam” (1999) e séries como “Mindhunter”, que exploram o fascínio público por assassinos em série.

Com a repercussão renovada, discute-se novamente como a mídia pode influenciar investigações e moldar a percepção do medo coletivo. Especialistas apontam que a cobertura intensa de 1976-1977 serviu de manual para o tratamento jornalístico de crimes em massa nas décadas seguintes.

Embora transcorram quase 50 anos desde as mortes, o nome David Berkowitz permanece sinônimo de terror urbano e serve de alerta sobre os perigos de glorificar serial killers.

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Crédito da imagem: Netflix

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