Cúpula Putin Zelensky: impasse e disputa por local

Cúpula Putin Zelensky: impasse e disputa por local

Cúpula Putin Zelensky ganha manchetes enquanto o cenário diplomático esfria: dias após Donald Trump afirmar que o encontro ocorreria “em semanas”, Moscou e Kyiv voltam a divergir sobre condições e local.

Cúpula Putin Zelensky: impasse e disputa por local

Trump declarou ter “iniciado preparativos” para o encontro após telefonema com Vladimir Putin, mas o Kremlin divulgou versão mais vaga, falando apenas em elevar o nível das delegações. O chanceler alemão Friedrich Merz vislumbrou a reunião “nas próximas duas semanas”, porém alertou que Putin pode não ter “coragem” de comparecer.

Enquanto as datas se tornam incertas, a escolha da cidade-sede vira novo obstáculo. Genebra e Viena, tradicionais palcos neutros, foram sugeridas por Emmanuel Macron e por Volodymyr Zelensky. Já Budapeste, defendida por Washington, enfrenta resistência: o premiê húngaro Viktor Orbán mantém proximidade com Moscou e bloqueou verbas europeias a Kyiv, o que levou Zelensky a classificar a opção como “desafiadora”. O primeiro-ministro polonês Donald Tusk também rejeitou a capital húngara, lembrando que lá foi firmado, em 1994, o acordo de desnuclearização da Ucrânia posteriormente violado pela Rússia.

Istambul surge como alternativa, pois acolheu três rodadas de negociações em 2022; contudo, nenhum avanço duradouro resultou daqueles encontros. Suíça, Vaticano, Áustria e Arábia Saudita também foram cogitados, mas a imunidade diplomática necessária a Putin — alvo de mandado do Tribunal Penal Internacional — complica países signatários do TPI.

Além do local, persistem condições consideradas inaceitáveis por Kyiv. O ministro russo Serguei Lavrov exige que “todos os temas” sejam resolvidos antes da conversa entre presidentes, código que, segundo diplomatas, encobre a proposta de garantias de segurança rejeitadas por Zelensky em 2022: veto russo a tropas ocidentais e poder de intervenção sobre a defesa ucraniana. Para Kiev, qualquer pacto deve incluir apoio militar ocidental e excluir Moscou desse mecanismo, tomando forma oposta ao modelo russo.

Com as frentes de batalha ativas — Ucrânia atingiu refinaria em Rostov e a Rússia lançou seu maior ataque aéreo em semanas —, ambos os lados trocam acusações de bloquear a paz. “Não há sinal de que Moscou se engaje em negociações significativas”, disse Zelensky, clamando por mais pressão internacional.

Se, ou quando, a cúpula ocorrer, resta saber qual capital conseguirá oferecer terreno verdadeiramente neutro e condições aceitáveis a dois líderes que não se encontram desde 2019.

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Crédito da imagem: Getty Images

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