Crise política na França: Macron busca novo premiê

Crise política na França domina o cenário em Paris enquanto François Bayrou, de 74 anos, deve perder hoje o voto de confiança e ampliar a instabilidade que atinge o segundo mandato do presidente Emmanuel Macron.

Bayrou é o quarto primeiro-ministro em apenas dois anos e enfrenta resistência no Parlamento ao propor cortes de € 44 bilhões no orçamento para conter a dívida pública, que já chega a 114% do PIB.

Crise política na França: Macron busca novo premiê

O impasse começou em junho de 2024, quando Macron, após derrota nas eleições europeias, convocou eleições parlamentares antecipadas. O resultado foi um Parlamento fragmentado, sem maioria clara, que derrubou Michel Barnier em três meses e agora ameaça Bayrou menos de nove meses após sua posse, em dezembro.

Disputa em torno da dívida e dos gastos sociais

Com a dívida acima de € 3,345 trilhões – quase € 50 mil por cidadão – e déficit previsto de 5,4% do PIB neste ano, Bayrou defende reduzir programas sociais e rever a aposentadoria, que já teve idade mínima elevada de 62 para 64 anos. Partidos de esquerda reagem, propondo aumento de impostos em vez de cortes.

Próximos passos de Emmanuel Macron

Se a derrota se confirmar, Macron terá duas opções: nomear o quinto primeiro-ministro desde 2022 ou dissolver novamente a Assembleia Nacional. A escolha de um novo chefe de governo exigirá um nome capaz de atravessar a oposição e evitar outra moção de censura.

Entre os cotados estão figuras da esquerda, como Olivier Faure (Partido Socialista), o ex-premiê Bernard Cazeneuve e Pierre Moscovici, atual chefe do Tribunal de Contas. No campo centrista e conservador, despontam Sébastien Lecornu (Defesa), Catherine Vautrin (Trabalho e Saúde), Bruno Retailleau (Interior) e Gérald Darmanin (Justiça). Contudo, assumir o cargo pode ser politicamente arriscado a três anos da eleição presidencial de 2027.

Risco de novas eleições e pressão dos extremos

A Reunião Nacional de Marine Le Pen pressiona por nova dissolução do Parlamento, enquanto a extrema-esquerda pede a renúncia de Macron – cenário considerado improvável. Caso não haja consenso, o país pode enfrentar semanas de incerteza, com Bayrou atuando como interino.

Especialistas citados pela BBC News apontam que qualquer decisão de Macron terá impacto direto na credibilidade fiscal da França e na confiança dos mercados europeus.

Enquanto Paris aguarda a votação, o desenrolar da crise política na França servirá de teste para a resiliência das instituições da Quinta República e para a capacidade de Macron em recompor alianças.

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Crédito da imagem: EPA

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