Cópia na tecnologia: Apple, Google e Samsung se imitam

Cópia na tecnologia é prática corriqueira entre as maiores empresas do setor, que repetem recursos rivais para fidelizar consumidores e manter vantagem competitiva.

Da Apple ao Google, passando por Samsung, Meta e Sony, a estratégia de “roubar como artista” ganhou força com a necessidade de reduzir o custo de troca de ecossistema, conceito que mede o esforço do usuário para migrar entre marcas.

Cópia na tecnologia: Apple, Google e Samsung se imitam

A lista de exemplos é extensa. O iPhone Air surgiu poucos meses depois de a Samsung revelar o Galaxy S25 Edge; a OneUI 7 adotou central de controle semelhante ao iOS; e o Pixel 10 incorporou o Pixel Snap, acessório compatível com o MagSafe da Apple. Já o Google implementou o Nearby Share para aproximar PCs Windows de celulares Android, recurso que lembra o AirDrop e diminui a barreira para quem cogita abandonar o iPhone.

Por que as gigantes copiam?

Segundo analistas, funcionalidades equivalentes atenuam o desconforto de trocar de plataforma, atraindo novos compradores sem assustar a base atual. Depois de copiar, cada empresa tenta apresentar inovações próprias para aumentar o custo de saída — e o ciclo recomeça. Como lembra reportagem da BBC, a “guerra de features” se tornou pilar da concorrência moderna.

Quando a cópia vira guerra

Nem sempre o processo ocorre de forma limpa. Documentos judiciais revelados em 2024 mostraram que a Meta desenvolveu o “Projeto Caça-Fantasmas” para interceptar tráfego do Snapchat antes de lançar o formato Stories no Instagram, Facebook e WhatsApp em 2016. A manobra acelerou a queda da rede do fantasminha, ainda que ela mantenha valuation de US$ 25,5 bilhões.

Cópias que falharam

Copiar também pode dar errado. Após o sucesso do Nintendo Wii, a Sony lançou o PlayStation Move em 2010, com tecnologia superior, mas poucos jogos compatíveis e preço alto. O produto vendeu apenas 10,5 milhões de unidades em dois anos e nunca ameaçou a liderança da concorrente.

Para especialistas, a diferença entre um “bom” e um “grande” roubo está no contexto: copiar apenas o que realmente importa ao público e entregar experiência refinada. Caso contrário, a adoção é mínima e o investimento vira prejuízo.

No fim, o mercado permanece preso a um “pega-pega” tecnológico em que todos se inspiram mutuamente para resolver problemas semelhantes, somando seus próprios temperos a cada geração de dispositivos.

Quer saber mais sobre tendências que moldam o setor? Acompanhe nossa editoria de ciência e tecnologia e fique por dentro dos próximos movimentos das gigantes do Vale do Silício.

Imagem: Apple

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