Continentes concentrados: entenda a distribuição desigual

Continentes concentrados em um único hemisfério chamam atenção de quem observa um globo terrestre. De um lado, estende-se o imenso Oceano Pacífico; do outro, agrupam-se África, Europa e Ásia. A causa desse desequilíbrio está nas profundezas do planeta, onde o movimento das placas tectônicas rege o chamado ciclo dos supercontinentes.
Pesquisas citadas pelo portal IFL Science explicam que a atual configuração é resultado direto da fragmentação da Pangeia, o último supercontinente que reunia quase todas as terras emergidas entre 336 e 175 milhões de anos atrás. O encaixe das costas leste da América do Sul e oeste da África permanece como prova visível desse passado unido.
Continentes concentrados: entenda a distribuição desigual
Segundo os geólogos, o ciclo dos supercontinentes ocorre a cada 300 a 500 milhões de anos. Nesse intervalo, as placas se afastam e, depois, voltam a colidir, criando uma única massa que deve conter ao menos 75 % da terra emersa para receber o título de supercontinente. Hoje, a conexão entre Europa, Ásia e África soma 57 % das terras, insuficiente para ser classificada como um novo supercontinente.
Atualmente, o Atlântico se expande e empurra as Américas rumo ao oeste, enquanto a Eurásia desliza lentamente para leste. Esse processo sugere que, nos próximos milhões de anos, a distribuição dos continentes tende a ficar ligeiramente menos concentrada. No entanto, especialistas preveem que o padrão se inverterá no longo prazo: as forças convectivas do manto devem estancar a separação e iniciar um novo ciclo de colisão, preparando o cenário para outro supercontinente.
A dinâmica descrita é sustentada pela teoria da tectônica de placas, aceita pela comunidade científica e detalhada por instituições como o Serviço Geológico dos EUA. Correntes de convecção no manto transportam calor do interior da Terra para a superfície, deslocando lentamente as placas que carregam continentes e oceanos.
Enquanto esse ritmo geológico prossegue, o Pacífico Sul oferece a visão mais fiel do “pálido ponto azul”: ali, há regiões antípodas ocupadas apenas por água, reforçando que o planeta é dominado por oceanos e que as massas de terra seguem em constante dança.
No futuro distante, centenas de milhões de anos à frente, os continentes devem voltar a se unir. Até lá, a distribuição desigual que hoje intriga observadores continua sendo um instante passageiro em uma história planetária que se escreve há bilhões de anos.
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Imagem: Ianm35 iStockPhoto
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