Cometa 3I/ATLAS: novas imagens sobrevoando Marte

Cometa 3I/ATLAS foi flagrado no céu marciano por três espaçonaves no início de outubro, rendendo as imagens mais detalhadas até agora de um objeto interestelar a 30 milhões de quilômetros do Planeta Vermelho.
O rover Perseverance, da NASA, registrou o fenômeno em 4 de outubro de 2025, enquanto os satélites ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) e Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), voltaram suas câmeras para o espaço entre 1º e 7 de outubro em uma operação considerada um desafio técnico inédito.
Cometa 3I/ATLAS: novas imagens sobrevoando Marte
A bordo do TGO, o instrumento CaSSIS reuniu uma sequência que mostra um ponto branco avançando lentamente: o núcleo gelado de aproximadamente um quilômetro de diâmetro envolto por uma tênue coma. Segundo a ESA, distinguir essa estrutura a dezenas de milhões de quilômetros equivale a avistar um celular na superfície da Lua a partir da Terra.
Nos registros, a cauda característica ainda não se manifesta claramente porque o cometa permanece distante do Sol. Especialistas preveem que a atividade aumente nas próximas semanas, iluminando gases e poeira expelidos pelo núcleo.
Enquanto o TGO utilizou exposições cinco vezes mais longas para vencer o baixo brilho do objeto, o Mars Express adotou exposições de meio segundo e não conseguiu gerar imagens conclusivas. Engenheiros agora combinam e ajustam os dados brutos para realçar o contraste e, possivelmente, revelar o cometa oculto.
Além das imagens, espectrômetros das duas espaçonaves analisam a luz refletida pela coma, o que deve oferecer pistas sobre a composição química desse viajante que pode ser três bilhões de anos mais velho que o Sistema Solar. “O 3I/ATLAS é de 10 mil a 100 mil vezes mais fraco que nossos alvos normais”, explicou Nick Thomas, líder do CaSSIS.
A ESA planeja uma nova tentativa de observação em novembro, desta vez com a sonda JUICE, atualmente próxima de Júpiter. A agência também prepara a missão Comet Interceptor, prevista para 2029, que ficará em alerta para interceptar cometas primitivos ou outros objetos interestelares.
De acordo com Colin Wilson, cientista da ESA, cada oportunidade de mirar esses visitantes raros amplia a compreensão sobre a formação de sistemas planetários além da Via Láctea. Para detalhes adicionais sobre a campanha, consulte a nota oficial da ESA.
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Crédito: NASA/JPL-Caltech
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