Chineses condenados na África do Sul por tráfico humano

Chineses condenados na África do Sul por tráfico humano receberam penas de 20 anos de prisão cada um, após serem considerados culpados de submeter 91 cidadãos do Maláui, entre eles 37 crianças, a trabalho forçado em Joanesburgo.

Os réus, quatro homens e três mulheres, foram detidos em 2019, quando autoridades locais invadiram a fábrica Beautiful City e encontraram as vítimas trabalhando em condições degradantes. O tribunal sul-africano os declarou culpados de 158 dos 160 crimes, incluindo sequestro, tráfico de pessoas e violações graves da legislação trabalhista.

Chineses condenados na África do Sul por tráfico humano

Segundo a acusação, Kevin Tsao, Chen Hui, Qin Li, Jiaqing Zhou, Ma Biao, Dai Junying e Zhang Zhilian mantinham os malawianos em turnos de 11 horas, sete dias por semana, sem treinamento e sem equipamentos de segurança. O pagamento ficava muito abaixo do salário mínimo local de US$ 1,64 por hora, sendo reduzido quando os trabalhadores solicitavam folga.

As investigações mostraram ainda que os empregados eram impedidos de deixar o galpão fortemente vigiado até mesmo para comprar comida, considerada “imprópria para consumo humano” por uma das vítimas. Muitos haviam sido introduzidos no país clandestinamente em contêineres de carga.

A promotoria destacou que a condenação fortalece o combate ao tráfico de pessoas, problema que transforma a África do Sul em “origem, rota e destino” desse crime, devido às fronteiras permeáveis. Já o Departamento do Trabalho pediu mais cooperação entre órgãos estatais para erradicar práticas semelhantes.

De acordo com a BBC, a fábrica produzia enchimentos de algodão reciclado para cobertores, operando sem registro oficial e sem declaração de rendimentos às autoridades fiscais.

As sentenças de 20 anos, consideradas exemplares, incluem punições por ajudar imigrantes ilegais a permanecer no país e por sequestro. A Justiça também determinou que os condenados não tenham contato com as vítimas nem retornem ao setor industrial sul-africano após o cumprimento das penas.

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Crédito da imagem: Buthanani Thobela/Department of Labour

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