China e Índia devem ser parceiras, afirma Wang Yi

China e Índia devem ser parceiras, afirma Wang Yi

China e Índia devem ser parceiras, afirma Wang Yi no primeiro de dois dias de agenda em Nova Délhi, onde o chanceler chinês defendeu a cooperação e descartou a ideia de “adversários ou ameaças”.

Visita marca retomada do diálogo bilateral

A passagem de Wang Yi pela capital indiana é apenas o segundo encontro presencial entre chanceleres desde os confrontos letais de 2020 no vale de Galwan, na região de Ladakh. Ao lado do ministro indiano S. Jaishankar, Wang declarou que as relações seguem “uma tendência positiva” e que Pequim e Nova Délhi “devem olhar uma à outra como parceiras”. Jaishankar, por sua vez, afirmou que os países buscam “avançar após um período difícil”.

Tópicos em pauta: fronteira, comércio e peregrinos

Os chanceleres discutiram temas que vão da normalização das patrulhas na fronteira himalaia ao compartilhamento de dados fluviais, passando pela retomada de peregrinações indianas ao Tibete. Wang também se reúne com o conselheiro de segurança nacional Ajit Doval para negociações sobre o contencioso territorial.

Medidas de descongelamento em andamento

Desde o acordo de outubro passado para reduzir tensões no Himalaia, os dois lados adotaram gestos de aproximação: autorização de voos diretos ainda em 2024, reabertura de serviços de visto para turistas chineses e negociações para reativar o comércio de fronteira por passagens designadas. Analistas veem a visita como preparação para o possível retorno do primeiro-ministro Narendra Modi à China após sete anos, quando ele deve participar da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO).

Cenário externo adiciona pressão

O reencontro ocorre enquanto a relação Índia–Estados Unidos sofre abalos. No início do mês, Washington elevou tarifas sobre produtos indianos para 50%, punindo compras de petróleo e armas russas. Em artigo no Financial Times, o ex-assessor da Casa Branca Peter Navarro acusou Nova Délhi de “aproximar-se demais” de Moscou e Pequim, crítica não comentada oficialmente pelo governo indiano.

Prioridade é a estabilidade regional

Após o encontro, Jaishankar reiterou a defesa de uma ordem multipolar na Ásia e pediu “multilateralismo reformado” para sustentar a economia global. Segundo a BBC, o diálogo sino-indiano é observado de perto pelas potências ocidentais, que enxergam a cooperação entre os vizinhos nucleares como fator-chave para a segurança regional.

No curto prazo, diplomatas de ambos os países pretendem detalhar mecanismos de patrulhamento na fronteira e concluir a agenda de voos diretos. O êxito dessas iniciativas poderá consolidar a trégua e abrir caminho para encontros ao mais alto nível durante a SCO.

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Crédito da imagem: BBC News

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