Carteira de Identidade Nacional no app Gov.br: requisitos, passo a passo e alcance do novo RG digital

Ter o documento de identidade à disposição em poucos toques no celular passou a fazer parte da rotina de milhões de brasileiros. Com a criação da Carteira de Identidade Nacional (CIN), versão modernizada do Registro Geral que reúne um número de identificação único em todo o país (NIN), o governo disponibilizou uma alternativa digital que pode ser exibida diretamente no aplicativo Gov.br. A extensão dessa iniciativa, iniciada em 2022, reduziu a dependência de documentos físicos e ampliou a segurança no acesso às informações pessoais.
- O que é a Carteira de Identidade Nacional
- Crescimento das emissões e metas governamentais
- Requisitos para acessar a CIN no app Gov.br
- Entenda os níveis Bronze, Prata e Ouro
- Passo a passo para abrir a carteirinha digital
- Dificuldades mais comuns e como solucionar
- Benefícios diretos da carteira digital
- Limitações de aceitação em situações específicas
- Perspectivas até 2032 e orientações finais de segurança
O que é a Carteira de Identidade Nacional
A CIN é o novo modelo de documento de identidade brasileiro. Diferentemente dos registros estaduais antigos, ela atribui a cada cidadão um único número, o NIN, que passa a ser válido em todo o território nacional. Esse formato foi autorizado pelo Decreto Federal nº 10.977 e começou a ser emitido em 26 de julho de 2022, inicialmente no Rio Grande do Sul. Em 6 de novembro de 2023, segundo o Decreto nº 11.769/2023, a adoção tornou-se obrigatória para todos os estados.
A mudança não invalida imediatamente o documento antigo. O RG estadual continua aceito até 2032, permitindo que a população faça a transição gradualmente. Nesse período, o cidadão pode optar pela emissão do novo modelo a qualquer momento.
Crescimento das emissões e metas governamentais
Desde o lançamento, mais de 20 milhões de pessoas já receberam a CIN. O Ministério da Justiça e Segurança Pública estabeleceu a meta de alcançar 130 milhões de emissões até 2026, o que abrange praticamente toda a população. O avanço depende da capacidade dos institutos de identificação estaduais, que se adaptaram às novas especificações técnicas para emissão do documento físico e para a integração com as bases de dados federais.
Requisitos para acessar a CIN no app Gov.br
Para visualizar a versão digital da carteira de identidade, três pré-requisitos precisam ser atendidos, conforme orientação oficial:
1. Possuir o novo RG (CIN) com NIN: o documento precisa ter sido solicitado e emitido em qualquer unidade da federação.
2. Manter o aplicativo Gov.br instalado no smartphone: o app concentra os principais serviços digitais do governo federal, incluindo a carteira de documentos.
3. Ter conta Gov.br nos níveis Prata ou Ouro: esses níveis de confiabilidade permitem o acesso a informações classificadas como sensíveis. A elevação de categoria pode ser realizada presencialmente nos Correios ou via internet banking, onde os dados são validados com instituições financeiras parceiras.
Entenda os níveis Bronze, Prata e Ouro
O sistema de contas Gov.br funciona com três patamares de verificação:
Bronze: criado apenas com CPF e dados básicos, oferece acesso restrito a serviços simples. Não libera a visualização da CIN.
Prata: obtido por validação facial, internet banking ou atendimento presencial nos Correios. Permite consultar documentos como carteira de identidade digital.
Ouro: nível máximo, alcançado com certificado digital compatível ou certificação presencial específica, também habilita a CIN e traz recursos de assinatura eletrônica avançada.
Passo a passo para abrir a carteirinha digital
Com os requisitos cumpridos, o procedimento completo leva cerca de cinco minutos:
1. Acesso ao Gov.br: abra o aplicativo, digite o CPF e informe a senha cadastrada. Caso o aparelho suporte biometria, o leitor de digitais pode ser utilizado.
2. Navegação até “Carteira de documentos”: na tela inicial, localize o menu identificado com esse nome e toque para prosseguir.
3. Seleção de “Carteira de Identidade (RN)”: a sigla RN refere-se a “Registro Nacional”. O item aparece junto a outros documentos, como carteira de trabalho e título de eleitor.
4. Visualização do documento: a CIN surge na tela com foto, nome completo, data de nascimento, filiação, naturalidade e NIN. Algumas versões do app também exibem um QR Code para verificação de autenticidade.
Dificuldades mais comuns e como solucionar
Em parte dos casos, o usuário não encontra a opção de identidade na carteira digital. As causas relatadas estão principalmente entre três cenários:
Nível Bronze de conta: confirme o status no perfil do aplicativo. Se estiver como Bronze, utilize as instruções internas para elevar a Prata ou Ouro. A validação por internet banking costuma ser o caminho mais rápido.
Documento estadual antigo: quem possui apenas o RG emitido no padrão anterior não terá a versão digital liberada. É necessário solicitar a CIN no órgão emissor do estado de residência.
Sincronização tardia: logo após a emissão do documento físico, pode ocorrer atraso na integração dos dados. Sair do aplicativo e retornar depois de alguns minutos costuma resolver.
Benefícios diretos da carteira digital
O formato eletrônico da CIN oferece vantagens objetivas:
Praticidade: o cidadão não precisa portar a versão plástica para atividades cotidianas, desde que esteja com o celular em mãos.
Segurança: a autenticação dupla, exigida pelo aparelho e pelo app, reduz o risco de uso indevido em caso de furto ou perda, algo que não acontece com o documento físico.
Validade jurídica: a Lei nº 14.063/2020 atribui à versão digital a mesma eficácia probatória da carteira tradicional na maioria das circunstâncias.
Aspecto ambiental: a digitalização diminui a demanda por reimpressões e consumo de material plástico, contribuindo para a redução de resíduos.
Limitações de aceitação em situações específicas
Apesar da equivalência legal, ainda há cenários em que o documento físico continua recomendado. Viagens internacionais dentro do Mercosul, por exemplo, podem exigir a apresentação do modelo plástico por questões operacionais de fronteira. Além disso, alguns estabelecimentos mantêm políticas internas que priorizam a conferência do documento físico. Diante dessas exceções, portar a carteira tradicional ou ao menos uma cópia fotográfica continua sendo uma medida de cautela.
Perspectivas até 2032 e orientações finais de segurança
Com a obrigatoriedade de adoção pelos estados consolidada em 2023 e a meta de 130 milhões de emissões até 2026, a tendência é que o uso da carteira digital se amplie rapidamente. Até 2032, prazo máximo de validade do RG antigo, a maioria dos brasileiros deverá migrar para o novo formato. Para evitar imprevistos, recomenda-se manter as credenciais Gov.br atualizadas, ativar a biometria do aplicativo e guardar a carteira física em local seguro para ocasiões que ainda a exijam.

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