Capacete com IA converte pensamentos em texto com 75% de precisão
Investigadores da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) apresentaram um protótipo de capacete que transforma sinais cerebrais em texto, alcançando uma taxa de acerto de 75%. O dispositivo recorre a inteligência artificial para decifrar a atividade eléctrica do cérebro e poderá permitir o envio de mensagens pelo telemóvel sem recorrer às mãos.
Tecnologia não invasiva
Ao contrário de outras interfaces cérebro-computador que exigem implantes cirúrgicos ou exames de ressonância magnética funcional, o novo capacete utiliza apenas sensores de electroencefalografia (EEG) colocados no exterior da cabeça. Esta abordagem elimina riscos associados a intervenções médicas e amplia a viabilidade de utilização em ambientes clínicos e domésticos.
Processo de decodificação
O sistema combina dois modelos de inteligência artificial. Primeiro, uma rede de aprendizagem profunda interpreta os padrões de ondas cerebrais e gera palavras correspondentes ao pensamento do utilizador. Em seguida, um modelo de linguagem de grande escala revê essa transcrição inicial, corrige eventuais erros e organiza o texto final. A equipa trabalha agora para elevar a precisão para 90%.
Aplicações na reabilitação
Os responsáveis pelo projecto sublinham o potencial impacto na recuperação de doentes que perderam capacidade de comunicação após um acidente vascular cerebral. Por dispensar cirurgia, o capacete poderá ser incorporado em programas de reabilitação, permitindo que os pacientes expressem necessidades básicas ou interajam com familiares de forma mais autónoma.
O desenvolvimento integra um conjunto crescente de pesquisas que exploram a ligação directa entre cérebro e dispositivos digitais através de inteligência artificial. Embora ainda se encontre numa fase de protótipo, o capacete da UTS representa um avanço significativo rumo a interfaces mais acessíveis e seguras para traduzir pensamentos em linguagem escrita.