Canadá reconhece Estado palestino e, na sequência, atualiza seu site oficial de alertas para viajantes, que agora aparece como “Israel e Palestina”. A medida, anunciada no domingo (22) durante a abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, mantém a orientação de “evitar viagens não essenciais”, mas incorporou oficialmente a nova denominação territorial.
O primeiro-ministro Mark Carney defendeu a iniciativa como parte da histórica posição canadense em favor de uma solução de dois Estados, mesmo diante da resistência declarada do governo israelense. Segundo ele, “é necessário avançar agora” para preservar o direito de autodeterminação palestino, afirmou em evento do Council on Foreign Relations.
Canadá reconhece Estado palestino e altera aviso de viagem
A mudança ocorre em sintonia com Reino Unido, Austrália e Portugal, que também reconheceram a Palestina no fim de semana; a França seguiu na segunda-feira (23). O governo britânico, inclusive, passou a exibir um alerta de viagem separado para o “Estado Palestino”, igualmente recomendando abstinência de turismo na região, de acordo com a BBC.
Dentro do Parlamento canadense, a decisão provocou forte reação da oposição conservadora. O deputado Shuvaloy Majumdar classificou o gesto como “malevolente” e cobrou que Ottawa publique “o mapa e a capital desse suposto Estado” no portal de Relações Exteriores, além de solicitar que a Palestina seja listada como “patrocinadora do terror”.
Em resposta, o secretário parlamentar de Relações Exteriores, Rob Oliphant, reiterou que não existe solução militar para o conflito e defendeu “fronteiras seguras para israelenses e palestinos”. Ele reforçou que o reconhecimento está condicionado a reformas “concretas” na Autoridade Palestina, incluindo novas eleições, e à exclusão do Hamas de qualquer governo futuro. O plano canadense também prevê que o eventual Estado palestino seja desmilitarizado.
Do lado israelense, o premiê Benjamin Netanyahu declarou que reconhecer a Palestina agora “recompensa o Hamas” e reiterou que “isso não vai acontecer”. A mesma linha foi adotada pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump, que argumentam que o movimento enfraquece a busca por um cessar-fogo e pela libertação de reféns.
Mais de 140 membros da ONU já reconheceram a Palestina antes de Ottawa. Apesar disso, os representantes palestinos mantêm status de observadores no organismo internacional, com poderes limitados.
Para os especialistas, a inclusão do nome “Palestina” no aviso de viagem confere peso simbólico à decisão canadense e sinaliza pressão diplomática para destravar negociações paradas desde 2014.
Resumo: a atualização no portal de viagens consolida a reconhecimento do Estado palestino pelo Canadá, alinha Ottawa a outras potências ocidentais e acirra o debate interno sobre segurança e diplomacia. Continue acompanhando as implicações geopolíticas em nossa editoria de Ciência e Tecnologia.
Crédito da imagem: Global News