Canadá destina US$ 60 mi ao Haiti contra violência e condiciona a maior parte do valor ao endosso da Organização das Nações Unidas (ONU) a um plano dos Estados Unidos para ampliar a operação policial já em curso no país caribenho.
O anúncio foi feito na terça-feira, 25, pela ministra das Relações Exteriores Anita Anand, durante evento que ela co-presidiu na sede da ONU, em Nova York, ao lado do chanceler haitiano.
Canadá destina US$ 60 mi ao Haiti contra violência
Do total prometido, US$ 40 milhões são destinados a uma força de supressão a gangues que substituiria a missão liderada pelo Quênia, caso o Conselho de Segurança aprove a proposta norte-americana. Outros US$ 20 milhões financiarão a segurança marítima no Caribe, com foco em interceptar armas e drogas que abastecem os grupos armados haitianos.
Desde 2021, o Haiti enfrenta escalada de violência e instabilidade política; gangues controlam amplas áreas do território, impedindo o retorno às aulas e agravando a crise alimentar. Em junho de 2024, o Quênia iniciou uma missão para apoiar a Polícia Nacional Haitiana, planejada para 2.500 agentes, mas que hoje opera com apenas 40% desse efetivo. O Canadá já havia comprometido US$ 80 milhões para essa operação e atua na coordenação de ajuda, treinamento e vigilância internacional.
Anand frisou que, caso a nova força — cinco vezes maior em pessoal e recursos — seja aprovada, “as necessidades serão maiores do que nunca” e pediu que demais parceiros aumentem suas contribuições. Ela também cobrou do governo de transição haitiano avanços concretos rumo a eleições livres e reformas econômicas que ampliem a concorrência interna.
No Parlamento canadense, deputados questionaram o envio eventual de tropas nacionais. Representantes de Global Affairs Canada afirmaram que é “cedo demais” para essa discussão, mas garantiram mecanismos de transparência capazes de impedir o desvio de recursos internacionais para grupos criminosos. Para acessar detalhes sobre os debates na ONU, consulte a página oficial da Organização das Nações Unidas.
Parlamentares também reforçaram críticas à entrada de armas norte-americanas no Caribe. Segundo Ottawa, autoridades dos Estados Unidos reconhecem o problema, mas enfrentam desafios internos para controlar o fluxo de armamentos.
Com o novo compromisso financeiro, o Canadá reforça sua posição de segundo maior doador da missão de segurança no Haiti e busca alavancar um esforço regional que devolva estabilidade, abra caminho para eleições e reduza a influência de gangues que, segundo a ONU, já provocaram milhares de deslocados internos em 2024.
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Crédito da imagem: Global News