Caminhões de ajuda em Rafah: 5 mil esperam liberação

Caminhões de ajuda em Rafah: 5 mil esperam liberação

Caminhões de ajuda em Rafah — cerca de 5 000 carregados com alimentos, água e medicamentos — formam uma fila que se estende por quilômetros no lado egípcio da fronteira, à espera do aval de Israel para entrar na Faixa de Gaza.

Caminhões de ajuda em Rafah: 5 mil esperam liberação

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, e o chanceler egípcio, Badr Abdelatty, visitaram nesta segunda-feira (27) o posto de Rafah, único ponto de entrada de Gaza que não faz fronteira direta com Israel. Apesar da presença de autoridades, os portões permanecem fechados, sob controle militar israelense, desde a última incursão das tropas no enclave.

Com a passagem bloqueada, os caminhões têm sido redirecionados para o posto israelense de Kerem Shalom, onde o processo de inspeção é mais demorado. Representantes humanitários afirmam que a espera média ultrapassa 48 horas, agravando a escassez de suprimentos do outro lado da cerca.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ONU), houve leve aumento no volume de alimentos que chegam a Gaza após a divulgação de imagens de crianças subnutridas. Ainda assim, a agência alerta que o fluxo atual cobre apenas uma fração da demanda diária de mais de 2,3 milhões de habitantes.

Pressão internacional e apelo por agilidade

ONGs e diplomatas destacam que a permanência de milhares de caminhões parados implica risco de deterioração de cargas perecíveis. “A fila em Rafah simboliza a distância entre a promessa de ajuda e a realidade no terreno”, disse um funcionário humanitário ouvido pela reportagem.

Governos europeus e os Estados Unidos intensificaram contatos com Tel Aviv para acelerar os procedimentos de checagem, mas Israel mantém a exigência de inspeção minuciosa, alegando razões de segurança. Autoridades israelenses não estipularam prazo para a reabertura total do corredor egípcio.

Impacto humanitário imediato

A escassez afeta hospitais, abrigos e distribuição comunitária de alimentos. Profissionais de saúde relatam queda no estoque de insulina e antibióticos, enquanto padarias operam com apenas 30 % da farinha necessária. “Cada dia extra na fila compromete vidas”, alertou um médico de Khan Younis.

No fim da tarde, a comitiva palestino-egípcia deixou o local sem anúncio de avanço concreto. A perspectiva de mais um dia de espera alimenta a frustração dos motoristas que dormem nas cabinas dos veículos, sob temperaturas que superam 35 °C.

Para entender como a tecnologia pode auxiliar na logística de crises, confira nosso especial sobre inteligência artificial no setor humanitário em Ciência e Tecnologia e continue acompanhando nossas atualizações.

Crédito da imagem: BBC

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.