Brasil 70: minissérie da Netflix revive a trajetória de Pelé até o tricampeonato de 1970

No evento de apresentação Behind the Streams, realizado pela divisão de publicidade da Netflix, foi confirmada a produção da minissérie Brasil 70: A Saga do Tri. O projeto, fruto da parceria entre a plataforma de streaming e a O2 Filmes, terá estreia marcada para 2026 e recontará a caminhada da Seleção Brasileira rumo ao título da Copa do Mundo de 1970, destacando cada passo dado por Pelé até a consagração definitiva como Atleta do Século. Responsável pela direção, Paulo Morelli antecipou detalhes sobre o tom narrativo e revelou o ator que carregará o peso de interpretar o maior ícone do futebol: Lucas Agrícola.
- O desafio de escalar um novo Rei do Futebol
- Construção de uma dramaturgia baseada em fatos
- O ponto de partida: Pelé em baixa após 1966
- A ascensão: da incerteza ao tricampeonato no México
- Personagens históricos além do camisa 10
- Produção conjunta entre Netflix e O2 Filmes
- Evento Behind the Streams: entretenimento encontra publicidade
- Expectativas e alcance potencial
- Linha do tempo até a estreia
O desafio de escalar um novo Rei do Futebol
Escolher quem personificaria Edson Arantes do Nascimento foi um dos pontos centrais do planejamento de produção. A equipe precisou encontrar alguém que reunisse três atributos simultâneos: semelhança física, habilidade convincente com a bola e competência dramática. Depois de extensos testes e avaliações, o nome de Lucas Agrícola foi anunciado. Para Morelli, o intérprete precisaria sustentar a credibilidade em campo nas cenas que reconstituem os jogos da década de 1970 e, ao mesmo tempo, transmitir a complexidade emocional de um atleta que passou do auge ao momento de dúvida, regressando em seguida à glória mundial. A escolha, segundo o diretor, encerrou uma etapa determinante para a verossimilhança do enredo.
Construção de uma dramaturgia baseada em fatos
Apesar de se tratar de uma obra de ficção seriada, Brasil 70 se apoia integralmente em acontecimentos documentados da carreira de Pelé. Morelli explicou que o roteiro se estruturou na busca de um arco dramático capaz de envolver o espectador sem extrapolar os limites dos registros históricos. Dois eventos reais servem como pilares: o período de queda do atacante após lesão e a decisão, pós‐1966, de abandonar a Seleção; e, em contraste, o êxito absoluto na Copa de 1970, quando o Brasil conquistou seu terceiro troféu e Pelé consolidou o status de maior jogador do século XX. Esse contraste fornece o movimento clássico de “morte simbólica” e “renascimento”, correspondendo à chamada jornada do herói, porém ancorada na cronologia esportiva.
O ponto de partida: Pelé em baixa após 1966
A narrativa se inicia no momento em que o craque se recupera de forte contusão sofrida na Copa de 1966 e lida com a perseguição implacável dos defensores adversários. Desmotivado, o camisa 10 anuncia que não atuará mais pela seleção nacional, ato interpretado pela equipe criativa como um ponto de ruptura equivalente a uma morte metafórica. Esse contexto estabelece o clima inicial da minissérie, no qual um ícone aparentemente abatido precisa redescobrir a própria motivação. A dramatização mostrará bastidores de treinos, consultas médicas e conversas decisivas que levaram Pelé a reconsiderar a decisão, sempre dentro do escopo factual referido por Morelli.
A ascensão: da incerteza ao tricampeonato no México
Com a reviravolta já delineada, o enredo acompanha o retorno de Pelé ao time brasileiro e o processo de preparação para a Copa de 1970, sediada no México. Nesse percurso, a série exibirá jogos eliminatórios, estratégias táticas e o ambiente de concentração que precedeu a conquista. O último capítulo abordará a partida final, quando o Brasil carimbou o tri. A partir desse desfecho, a produção retrata o reconhecimento internacional que transformou o atacante em referência esportiva global, celebrando a etapa em que a FIFA o proclamou Atleta do Século. Segundo Morelli, o clímax simboliza a evolução de um personagem que saiu da vulnerabilidade para o patamar de lenda.
Personagens históricos além do camisa 10
Além de Pelé, a trama incorpora figuras fundamentais para o desempenho da Seleção. Rodrigo Santoro interpretará João Saldanha, jornalista e técnico que participou da fase classificatória rumo ao Mundial. Já Bruno Mazzeo dará vida a Mário Jorge Lobo Zagallo, técnico campeão que assumiu o comando da equipe durante o torneio no México. A presença dos dois profissionais em papéis decisivos adiciona camadas narrativas, permitindo à série mostrar divergências táticas, bastidores de vestiário e mudanças de liderança que influenciaram o rendimento em campo. Cada personagem ampliará o panorama histórico, oferecendo ao público um retrato multifacetado do futebol brasileiro daquela época.
Produção conjunta entre Netflix e O2 Filmes
A realização de Brasil 70 alia a infraestrutura global da Netflix à experiência nacional da O2 Filmes em projetos audiovisuais de grande escala. Essa sinergia possibilita investimento em reconstituição de época, desde uniformes e bolas até locações que emulem estádios mexicanos da década de 1970. No âmbito técnico, a plataforma planeja lançamento em 2026, embora a data exata ainda não esteja definida. Durante o evento de divulgação, executivos enfatizaram que a minissérie faz parte de uma estratégia maior de conteúdos originais que dialoguem com marcas no ambiente de publicidade do serviço, indicando confiança no apelo universal da história de Pelé.
Evento Behind the Streams: entretenimento encontra publicidade
O anúncio oficial ocorreu dentro da programação do Behind the Streams, iniciativa voltada a demonstrar como produções originais podem gerar experiências que conectam espectadores, narrativas e anunciantes. Nesse espaço, Morelli e Agrícola discutiram a transformação de uma trajetória esportiva em série dramática e destacaram a relevância de manter precisão histórica. A presença de profissionais da indústria publicitária refletiu a expectativa de que o título gere alto engajamento e oportunidades de associação de marcas, sem comprometer a integridade do conteúdo.
Expectativas e alcance potencial
A Netflix promove Brasil 70 como uma de suas apostas mais robustas para 2026, projetando audiência que transcenda o segmento de aficionados por futebol. Ao enfatizar o componente humano da superação, a empresa acredita atrair público interessado em narrativas inspiradoras. O fato de a história se apoiar em momentos reconhecidos internacionalmente, como a Copa de 1970, reforça o caráter global da produção, ao mesmo tempo em que celebra um ícone cultural brasileiro.
Linha do tempo até a estreia
Com o elenco principal oficialmente apresentado e a fase de pesquisa concluída, os trabalhos de pré-produção avançam para a definição de cenários, coreografias de jogo e cronograma de filmagens. O início das gravações, segundo os responsáveis, ocorrerá antes do final de 2025, permitindo tempo hábil para a finalização de efeitos visuais, edição e composição de trilha sonora. A meta é disponibilizar todos os episódios em 2026, reforçando a presença de conteúdos nacionais na grade internacional da plataforma.
Ao reunir um elenco de destaque, recriar momentos decisivos do esporte e retratar fatos históricos com rigor, Brasil 70: A Saga do Tri se posiciona como um projeto que almeja conciliar entretenimento de alto impacto e fidelidade à trajetória de Pelé, desde a fase de adversidade até a imortalização nos gramados mexicanos.
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