Bombardeio em Gaza: Israel intensifica ataques a Gaza City

Bombardeio em Gaza volta a dominar os céus do enclave palestino, após a Força de Defesa de Israel (FDI) lançar sucessivas ondas de ataques aéreos contra Gaza City, maior centro urbano do território.

Ao contrário de incursões anteriores, a operação atual prioriza bombardeios de grande escala. Prédios residenciais inteiros e estruturas de concreto foram reduzidos a escombros, impulsionando um novo fluxo de deslocados internos.

Bombardeio em Gaza: Israel intensifica ataques a Gaza City

Segundo a FDI, aproximadamente 250 mil moradores já deixaram Gaza City em direção ao sul, atendendo a ordens de evacuação “imediata” antes de uma possível ofensiva terrestre. O exército afirmou ainda ter demolido um arranha-céu utilizado “para planejar e executar ataques terroristas”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou a cidade como “último grande reduto do Hamas”.

Entidades humanitárias contestam a estratégia. A Organização das Nações Unidas alertou que intensificar o cerco em uma área onde já foi declarada fome pode levar a uma “catástrofe ainda mais profunda”. A cidade, considerada coração político e social da Palestina, agora sofre ataques a escolas e abrigos improvisados, muitas vezes após avisos com poucos minutos de antecedência.

Relatos de civis ilustram o desespero. A moradora Saly Tafeesh disse ter fugido “no escuro” com o marido e três filhos após o irmão ser atingido por um drone. O custo da travessia até o sul, que chega a US$ 1.100, impede que muitas famílias obedeçam às ordens israelenses, enquanto o Hamas conclama a população a permanecer.

Rubein Khaled, pai de nove filhos, resumiu o dilema: “Não queremos sair, mas não há escolha”. Em bairros orientais ainda relativamente preservados desde janeiro, a população teme que a campanha atual queira desmontar distritos inteiros.

O conflito ressoou fora da Faixa de Gaza. Em entrevista à Reuters, o porta-voz da chancelaria do Catar, Majed Al-Ansari, criticou Netanyahu após o ataque israelense que matou membros do Hamas em Doha na terça-feira. Para Al-Ansari, o premiê “nunca pretendeu assinar um acordo de paz” e tenta “redesenhar o Oriente Médio”.

No sábado, o ministério da Saúde controlado pelo Hamas informou a chegada de 47 corpos a hospitais de Gaza, vítimas de ações militares israelenses nas 24 horas anteriores. Desde que especialistas em segurança alimentar confirmaram a existência de fome em Gaza City, pelo menos 142 pessoas teriam morrido por inanição. Israel contesta os números e diz ampliar corredores de ajuda humanitária.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, após ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 israelenses e fez 251 reféns. Desde então, o ministério da Saúde de Gaza reporta mais de 64.800 mortos em bombardeios israelenses.

Para entender outras repercussões geopolíticas e tecnológicas ligadas ao conflito, acesse nossa editoria Notícias e Tendências e acompanhe as atualizações em tempo real.

Crédito da imagem: Reuters

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.