Bolsonaro deve receber alta hospitalar e voltar à cela da Polícia Federal nesta quinta-feira

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O ex-presidente Bolsonaro, internado desde 24 de dezembro em um hospital particular de Brasília, tem alta programada para a manhã desta quinta-feira, 1º de janeiro, salvo nova intercorrência clínica. A liberação permitirá o retorno imediato à cela da Superintendência da Polícia Federal, onde cumpre pena de 27 anos pela condenação em processo relacionado a uma tentativa de golpe de Estado.
- Internação de Bolsonaro: do Natal ao agendamento da alta
- Procedimentos cirúrgicos de Bolsonaro: hérnia inguinal e bloqueios do nervo frênico
- Tratamentos complementares: medicamentos, saúde mental e adaptação ao CPAP
- Condições clínicas atuais: endoscopia, esofagite e gastrite
- Rotina de autocuidado de Bolsonaro na cela da PF
- Supervisão legal e próximos passos
Internação de Bolsonaro: do Natal ao agendamento da alta
A hospitalização teve início na véspera de Natal, quando o ex-mandatário foi transferido da carceragem federal para o Hospital DF Star. A autorização foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão do ministro Alexandre de Moraes, para que fossem realizados procedimentos cirúrgicos considerados inadiáveis. Desde então, a equipe médica monitora diariamente sinais vitais, recuperação cirúrgica e efeitos colaterais, conduzindo reavaliações frequentes que culminaram no anúncio de alta para o primeiro dia do ano.
Procedimentos cirúrgicos de Bolsonaro: hérnia inguinal e bloqueios do nervo frênico
Logo no segundo dia de internação, em 25 de dezembro, foi realizada uma operação de correção de hérnia inguinal. O procedimento envolveu a aplicação de tela sintética para contenção do tecido herniado e, de acordo com os relatórios clínicos, transcorreu sem intercorrências hemodinâmicas relevantes. Entretanto, o período pós-operatório coincidiu com o reaparecimento de crises de soluços, quadro que acompanha o ex-presidente há meses e já havia motivado outras admissões hospitalares no passado.
Para atenuar os espasmos, a equipe submeteu o paciente a três bloqueios do nervo frênico, responsável pela inervação do diafragma. A técnica, executada em dias distintos, visa reduzir estímulos motores que desencadeiam movimentos involuntários de contração. Houve redução na intensidade dos soluços, mas a persistência do sintoma levou os especialistas a concluir que a origem do estímulo não se encontra na região do pescoço para baixo, e sim em circuitos do sistema nervoso central. Diante dessa avaliação, novas abordagens farmacológicas e terapias complementares foram incorporadas.
Tratamentos complementares: medicamentos, saúde mental e adaptação ao CPAP
A equipe relatou que as crises de soluços impactam diretamente a estabilidade emocional do paciente, gerando episódios de abatimento físico e variações de humor. Para auxiliar nesse quadro, foram prescritos antidepressivos a pedido do próprio ex-chefe do Executivo. A expectativa é de que os efeitos plenos deste protocolo psicofarmacológico se consolidem nos próximos dias.
Outro ponto sensível é a apneia obstrutiva do sono. Como medida de controle, Bolsonaro iniciou o uso contínuo de um aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). A adaptação, descrita como satisfatória, permitiu duas noites de descanso com redução de ronco e interrupções respiratórias. O dispositivo será encaminhado à cela, onde permanecerá em uso noturno.
Condições clínicas atuais: endoscopia, esofagite e gastrite
No boletim mais recente, após nova avaliação endoscópica, os médicos identificaram persistência de esofagite e gastrite. Embora os achados não sejam considerados impeditivos para a alta, exigem continuidade de tratamento com inibidores de bomba de prótons, dieta fracionada e restrição de alimentos potencialmente irritativos. Segundo a equipe, a melhora do quadro de soluços e a estabilidade hemodinâmica, associadas à deambulação sem dor significativa, sustentam a decisão de liberação hospitalar.
Rotina de autocuidado de Bolsonaro na cela da PF
Com a transferência de volta para a unidade policial, o próprio ex-presidente será responsável pelo autocuidado cotidiano. Médicos permanecem de sobreaviso para visitas periódicas ou sob demanda, mas orientações dietéticas e posturais devem ser seguidas sem supervisão direta. As instruções incluem evitar deitar logo após refeições, manter alimentação leve e fracionada e observar sinais de refluxo ou dor abdominal.
A cela, com área aproximada de 12 metros quadrados, passou por reforma recentíssima. O espaço dispõe de cama de solteiro, armários embutidos, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar-condicionado, janela para ventilação natural e banheiro privativo. Esses recursos possibilitam o armazenamento de medicamentos em temperatura controlada, acomodação do aparelho CPAP e realização de higiene pós-operatória.
Supervisão legal e próximos passos
Após a confirmação médica na quinta-feira pela manhã, a direção do hospital notificará a Superintendência da Polícia Federal para providenciar a custódia e o transporte. O cronograma posterior prevê avaliações ambulatoriais sempre que indicadas e eventual retorno hospitalar em caso de complicações como dor intensa, febre, sinais de infecção ou agravamento dos soluços.
O acompanhamento clínico permanece sob responsabilidade dos profissionais que estiveram à frente da internação. Eles enfatizam que a continuidade do uso do CPAP, a disciplina alimentar e a adesão ao regime medicamentoso são fatores centrais para evitar reospitalização precoce.
A próxima etapa a ser observada é a reavaliação médica agendada para os primeiros dias após a alta, quando serão checados cicatrização da cirurgia de hérnia, evolução da esofagite e gastrite, frequência das crises de soluços e resposta ao antidepressivo introduzido.

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