Bloquear anúncios: Meta lança assinatura no Reino Unido

Bloquear anúncios: Meta lança assinatura no Reino Unido é a aposta da dona do Facebook e Instagram para usuários que desejam navegar sem publicidade. O novo plano, anunciado pela gigante americana, custa 2,99 libras esterlinas (cerca de R$ 22) por mês e surge em meio a críticas de que anúncios direcionados podem agravar o sofrimento emocional de quem vive momentos delicados, como a perda de uma gestação.
Casos relatados à BBC mostram que, após procurarem apoio on-line, mulheres que sofreram abortos espontâneos continuaram recebendo peças publicitárias sobre bebês, aplicativos de pré-natal e produtos de maternidade, mesmo marcando esse conteúdo como irrelevante ou spam.
Bloquear anúncios: Meta lança assinatura no Reino Unido
A britânica Sammi Claxon contou que abandonou temporariamente as redes sociais depois de ser bombardeada por campanhas de gravidez logo após sua perda. Situação semelhante levou a advogada Tanya O’Carroll a processar o Facebook, alegando que a plataforma faz marketing direto sem consentimento individual, o que violaria a legislação de proteção de dados do Reino Unido. A Autoridade de Proteção de Dados britânica deu razão à usuária, mas o bloqueio de anúncios ocorreu apenas para ela, não para os mais de 50 milhões de perfis ativos no país.
Em nota, a Meta afirma que seus “sistemas buscam oferecer conteúdo relevante”, admitindo, porém, que podem “parecer insensíveis em determinados contextos”. A companhia lembra que existe a opção de ocultar categorias de anúncios, embora o tema “gravidez” não esteja listado, deixando como alternativa apenas “parentalidade”, que muitos usuários consideram insuficiente.
Ex-funcionários ouvidos pela emissora britânica disseram que as marcações de spam raramente resultam em remoção definitiva, já que o algoritmo prioriza engajamento e receita. “Atrair mais pessoas e manter a audiência é o que pesa”, declarou Arturo Bejar, ex-diretor da Meta, reforçando que relatórios de ajuda teriam sido ignorados por volume excessivo.
Especialistas em privacidade veem na assinatura sem anúncios uma forma de monetizar a preocupação do público. Segundo o portal da BBC, quem não pagar continuará a ter dados usados para segmentação de campanhas, enquanto quem pagar arcará com o custo de preservar a própria experiência on-line.
No balanço, a medida reacende o debate sobre a transparência dos critérios de personalização e o direito de escolha de quem prefere navegar sem estímulos que possam afetar a saúde mental.
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Crédito: Shutterstock
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