Beija-flor que muda de cor intriga cientistas

Beija-flor que muda de cor é a expressão que melhor descreve o espetáculo proporcionado pelo beija-flor-de-anna (Calypte anna), ave capaz de exibir tons que vão do verde metálico ao rosa intenso em poucos segundos, conforme o ângulo de observação e a incidência de luz.
Nativo da costa oeste da América do Norte, o pequeno pássaro de apenas 10 cm fascina ornitólogos porque sua plumagem não contém pigmentos variáveis; a “troca” de cor resulta da iridescência, fenômeno óptico que emerge da interação entre luz e microestruturas de queratina e melanina nas penas.
Beija-flor que muda de cor intriga cientistas
Nessas microcamadas, parte da luz é refletida, parte absorvida e parte sofre interferência, criando o jogo de cores percebido pelos nossos olhos. O mesmo princípio físico aparece em bolhas de sabão e asas de borboletas, como explica artigo da National Geographic.
A iridescência vai além da estética: pesquisadores relacionam as cores vivas à seleção sexual. Machos com penas mais brilhantes tendem a atrair mais fêmeas, sinalizando saúde e vigor genético. O efeito também auxilia na defesa territorial, já que o brilho intenso pode intimidar competidores quando a ave protege fontes de néctar.
Alimentação rica em nutrientes está ligada à intensidade das cores. Estudos indicam que indivíduos com dieta diversificada desenvolvem plumagem mais reluzente, reforçando o beija-flor como indicador biológico da qualidade do ecossistema. Além do beija-flor-de-anna, espécies como o beija-flor-garganta-de-fogo e o beija-flor-violeta exibem a mesma propriedade óptica, embora em menor escala.
O interesse científico extrapola a biologia. Na biomimética, engenheiros estudam essas penas para criar materiais que mudem de cor sem pigmentos, potencialmente aplicáveis em roupas inteligentes e dispositivos de segurança.
Ver um beija-flor que muda de cor é testemunhar como física e evolução se combinam para produzir um autêntico show natural. Continue explorando curiosidades sobre animais e tecnologia na editoria de Ciência e tecnologia do nosso site.
(Imagem: Gary Luhm / Danita Delimont on Offset/Shutterstock)
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