Barco voador é a aposta da startup Aeroriver para tornar os deslocamentos na Amazônia mais rápidos, baratos e sustentáveis. Batizado de Volitan, o veículo híbrido aparece como grande atração da São Paulo Boat Show 2025, que segue até 23 de setembro na capital paulista.
Oficialmente classificado como embarcação, o Volitan combina casco de lancha para decolar na água com fuselagem, asas e hélices de pequeno avião. Essa configuração permite cruzeiro a 150 km/h, velocidade três vezes superior às lanchas convencionais que navegam nos rios amazônicos.
Barco voador Volitan promete agilizar transporte na Amazônia
O projeto foi elaborado para voar de 2 m a 5 m acima da superfície, mantendo baixo arrasto aerodinâmico e consumo reduzido de diesel. Segundo a Aeroriver, a aeronave aquática completa o trecho Manaus–Parintins (417 km) em apenas 3 horas, contra 10 horas da lancha mais veloz e 1 h 10 min de um voo convencional, porém com custo menor por passageiro e emissões 38% inferiores às de um avião.
Serão oferecidas duas configurações: a primeira, já em construção, leva de duas a quatro pessoas; a segunda, prevista para 2026, acomoda até 10 ocupantes ou 1 tonelada de carga. Os preços estimados variam de R$ 1 milhão a R$ 1,3 milhão para o modelo compacto, chegando a R$ 3 milhões na versão maior, informou Lucas Souza, diretor da Aeroriver, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Além de transportar moradores e turistas, o Volitan foi pensado para patrulha fluvial, atendimento médico móvel e apoio logístico a indústrias que dependem dos rios para escoar produção. A principal vantagem logística é aproveitar a infraestrutura hídrica existente, evitando obras caras de pistas ou estradas.
Nos cálculos da empresa, o gasto estimado de combustível no trajeto Manaus–Parintins fica em R$ 25,57 por passageiro, ante R$ 28,57 da lancha e R$ 40,98 do avião comercial. A autonomia é de 450 km, compatível com rotas regionais críticas na Amazônia.
Com regulamentação já enquadrada como embarcação, a Aeroriver espera concluir testes de certificação até meados de 2025 e iniciar operações regulares no fim do mesmo ano. A expansão da capacidade produtiva deverá ocorrer em parceria com estaleiros locais e centros de pesquisa aeronáutica.
O Volitan se soma a outros desenvolvimentos de mobilidade sustentável que integram tecnologia aeronáutica e necessidades fluviais. Caso cumpra as promessas de desempenho, poderá abrir caminho para uma nova categoria de transporte regional de baixo impacto ambiental.
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Crédito da imagem: Aeroriver/Divulgação