Auxílio-doença por vício em apostas cresce 2.300%

Auxílio-doença por vício em apostas cresce 2.300%

Auxílio-doença por vício em apostas tornou-se o benefício que mais ganhou espaço no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nos últimos dois anos. Levantamento baseado em dados oficiais mostra salto de 11 concessões anuais, média registrada entre 2015 e 2022, para 276 autorizações acumuladas entre junho de 2023 e abril de 2025.

A variação de 2.300% coincide com o boom das plataformas de “bets”, popularizadas no país a partir de 2023. A explosão de pedidos também reflete o avanço da ludopatia — doença caracterizada pelo impulso incontrolável de jogar — entre trabalhadores em plena idade produtiva.

Auxílio-doença por vício em apostas cresce 2.300%

Os números obtidos pelo veículo Intercept Brasil indicam que 73% dos segurados são homens e 77% têm entre 18 e 39 anos. Ainda que a base do INSS não detalhe vínculos familiares, 7% declararam dependentes, revelando impacto financeiro direto sobre núcleos familiares.

São Paulo lidera com 95 concessões, seguido por Minas Gerais (39), Bahia (18), Rio Grande do Sul (17) e, empatados, Rio de Janeiro e Santa Catarina (16 cada). O movimento começou a ganhar força no primeiro semestre de 2023 e, desde então, o INSS passou a registrar até duas dezenas de solicitações mensais.

Casos extremos ilustram o quadro. Um ex-gerente bancário relatou ter perdido todas as economias em um jogo online conhecido como Tigrinho, precisando se afastar para tratamento. Outro funcionário desviou R$ 1,5 milhão para alimentar apostas, foi internado após tentativa de suicídio e recebe o auxílio desde 2023.

A preocupação não se limita ao INSS. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam que os atendimentos ambulatoriais para transtornos de jogo saltaram de 65 em 2019 para 1.292 em 2024. Somente Rondônia registrou 415 procedimentos em 2022, enquanto Roraima anotou 465 em 2023 e Sergipe, 692 no mesmo ano. Conforme o Ministério da Saúde, a tendência aproxima a ludopatia de vícios como o alcoolismo, demandando tratamento especializado em vez de punição trabalhista.

Especialistas defendem políticas de prevenção e protocolos de acolhimento nas empresas, ressaltando que a reincidência é comum quando o retorno ao trabalho ocorre antes da recuperação completa.

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Imagem: Getty Images

zairasilva

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