Austrália expulsa embaixador do Irã por ataques antissemitas

Austrália expulsa embaixador do Irã por ataques antissemitas

Austrália expulsa embaixador do Irã por ataques antissemitas após o governo concluir que Teerã orquestrou incêndios criminosos contra um café kosher em Sydney e uma sinagoga em Melbourne no fim de 2023, informou o primeiro-ministro Anthony Albanese.

Austrália expulsa embaixador do Irã por ataques antissemitas

A Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO) apresentou provas de que o governo iraniano dirigiu a queima do Lewis Continental Kitchen, em outubro, e do Adass Israel Synagogue, em dezembro. A onda de violência reflete a escalada de incidentes antijudaicos no país desde o início da guerra Israel-Hamas, em 2023.

Segundo Albanese, “atos extraordinários e perigosos de agressão de uma nação estrangeira em solo australiano” tentaram minar a coesão social. Minutos antes do anúncio, Canberra comunicou ao embaixador Ahmad Sadeghi sua expulsão e transferiu diplomatas australianos em Teerã para um terceiro país. O alerta de viagem foi elevado ao nível máximo: “Não viaje para o Irã”.

A investigação já levou à prisão de quatro suspeitos. Em Sydney, o ex-líder do grupo de motociclistas Nomads, Sayed Mohammed Moosawi, 32 anos, foi indiciado por ordenar a ação contra o café e, por engano, contra a cervejaria Curly Lewis Brewery. Em Melbourne, Giovanni Laulu, 21, e outro jovem de 20 anos foram acusados de incendiar a sinagoga.

Albanese anunciou ainda que enviará ao Parlamento proposta para incluir a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) na lista australiana de organizações terroristas. A iniciativa tornará crime fornecer apoio ao grupo. A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, lembrou que esta é a primeira expulsão de um embaixador pelo país desde a Segunda Guerra Mundial e que canais diplomáticos mínimos serão mantidos para “proteger interesses australianos”.

Teerã nega qualquer envolvimento. O porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghaei, classificou as acusações como “compensação” às críticas que a Austrália recebeu de Israel após anunciar que reconhecerá o Estado palestino na Assembleia-Geral da ONU, em setembro. O premiê israelense Benjamin Netanyahu chegou a chamar Albanese de “fraco”, mas analistas como Michael Shoebridge afirmam que a decisão de expulsar o diplomata iraniano é motivada principalmente pela segurança interna.

Para especialistas ouvidos pela agência Reuters, a IRGC costuma atuar por meio de intermediários para atacar alvos judaicos no exterior, padrão que a ASIO diz ter identificado nos casos australianos.

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Crédito da imagem: Global News

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