Atriz criada por IA Tilly Norwood atrai estúdios e gera polêmica

Atriz criada por IA Tilly Norwood é o mais novo ponto de discórdia em Hollywood. Lançada em 30/09/2025 pelo estúdio de talentos Xicoia, a personagem hiper-realista já recebe propostas de agências, enquanto artistas de carne e osso acusam a iniciativa de ameaçar empregos.

Concebida pela comediante e empreendedora Eline Van der Velden, Tilly foi desenvolvida com tecnologias generativas que vêm ganhando espaço em produções para reduzir custos de efeitos visuais, dublagens e até ressuscitar atores falecidos.

Atriz criada por IA Tilly Norwood atrai estúdios e gera polêmica

Em fevereiro, executivos demonstraram resistência à ideia de contratar um “talento” inexistente. Apenas três meses depois, durante o Zurich Summit, a mesma plateia mostrou-se entusiasmada, segundo Eline. Ela prometeu revelar em breve a agência que representará a nova atriz virtual, mas não citou nomes de estúdios já interessados.

A reação de atores foi imediata. Nicholas Alexander Chavez, Mara Wilson, Jenna Leigh Green, Lukas Gage e Toni Collette lideram as críticas nas redes sociais. Wilson questionou a ausência de oportunidades para “centenas de jovens mulheres reais cujos rostos serviram de base” para o treinamento da IA. Odessa A’Zion preferiu o tom de humor, dizendo que a colega sintética “corta a fila do almoço”.

Em comunicado, Eline defendeu que Tilly “não substitui humanos”, mas funciona como “um novo pincel”, comparável à animação ou à computação gráfica. Críticos, porém, destacam que a IA depende de material pré-existente criado por pessoas reais e, diferentemente de bonecos ou desenhos, concorre diretamente a papéis.

Especialistas ouvidos pela revista Variety apontam que, sem regulamentação clara, a adoção de atores virtuais pode reconfigurar contratos de direitos de imagem e remuneração residual em Hollywood.

No momento, o estúdio Xicoia mantém sigilo sobre o método de treinamento de Tilly, bem como sobre possíveis áreas de especialização da atriz digital. Ainda assim, o simples anúncio já reacendeu o debate sobre transparência, ética e a futura relação entre inteligência artificial e artes performáticas.

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Crédito da imagem: Divulgação/Tilly Norwood/Instagram