Ataques jihadistas no Níger matam 130 civis, diz HRW

Ataques jihadistas no Níger matam 130 civis, diz HRW. A organização Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório, nesta terça-feira (18), afirmando que grupos armados islâmicos executaram sumariamente quase 130 pessoas e incendiaram dezenas de residências no oeste do país desde março.

Segundo o documento, os militantes intensificaram as investidas após o golpe de 2023 que derrubou o então presidente Mohamed Bazoum. Um dos episódios mais letais ocorreu em junho, quando mais de 70 fiéis foram mortos a tiros dentro de uma mesquita na região de Tillabéri.

Ataques jihadistas no Níger matam 130 civis, diz HRW

Testemunhas relataram à HRW cenas de massacre. “Havia corpos por toda parte, um sobre o outro”, contou uma moradora que perdeu três filhos no ataque. Em outra ofensiva, em maio, cinco homens e dois meninos foram assassinados na área de Dani Fari; ao menos 12 casas foram queimadas. “Não havia um único corpo com menos de três perfurações de bala”, descreveu um pastor que ajudou a recolher as vítimas.

Série de execuções desde março

O levantamento, baseado em 36 entrevistas, aponta que cerca de 1.600 civis já morreram em ações atribuídas ao autodenominado Estado Islâmico (EI) desde a tomada de poder pelos militares. Os combatentes, identificados pelos turbantes com faixa vermelha, também destruíram escolas, locais de culto e impuseram restrições severas aos moradores.

Ilaria Allegrozzi, pesquisadora sênior da HRW, classificou as ações como “abusos horrendos” e cobrou reação das autoridades: “O governo nigerino precisa fazer mais para proteger a população de Tillabéri”. Até o momento, o Exército não comentou as conclusões do relatório.

População sem proteção efetiva

Moradores disseram que alertaram as forças de segurança sobre as ameaças, mas não receberam reforço. A falta de resposta mina a credibilidade da junta militar, que prometeu restaurar a segurança. Níger, Mali e Burkina Faso — todos governados por militares — formaram uma aliança contra o jihadismo e reduziram a cooperação com potências ocidentais, buscando apoio de Rússia e Turquia. Apesar disso, a violência permanece elevada, pressionando os líderes a adotarem estratégias mais eficazes.

Detalhes adicionais, como a contabilização das mortes na região do Sahel, podem ser consultados no site da Human Rights Watch, que monitora violações de direitos humanos em todo o mundo.

Este cenário reforça a urgência de políticas de segurança integradas e de proteção civil, tema que continuará acompanhado de perto pela nossa redação. Para saber como conflitos armados afetam mercados e inovação, confira também as análises em Notícias e Tendências e siga nosso conteúdo.

Crédito da imagem: AFP via Getty Images

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