Ataques israelenses em Gaza deixam mais de 80 mortos

Ataques israelenses em Gaza provocaram ao menos 80 mortes em menos de 24 horas, informaram hospitais da Faixa nesta quarta-feira (24). A maioria dos óbitos ocorreu na Cidade de Gaza, onde mulheres e crianças estão entre as vítimas.
Equipes de resgate relataram que um prédio e tendas que abrigavam famílias deslocadas, próximos ao mercado Firas, no bairro central de Daraj, foram atingidos durante a madrugada. Pelo menos 20 pessoas morreram nesse único local.
Ataques israelenses em Gaza deixam mais de 80 mortos
O Exército de Israel afirmou ter alvejado “dois combatentes do Hamas” e declarou que o número de vítimas divulgado “não corresponde” às suas informações. Tanques e tropas avançam pelo coração da cidade, considerada por Tel Aviv o último reduto do grupo palestino.
A operação terrestre, segundo o comando israelense, busca libertar os reféns ainda detidos e garantir a “derrota decisiva” do Hamas. Estimativas militares apontam que cerca de 700 mil civis já fugiram do maior centro urbano de Gaza, mas a ONU monitora pouco menos da metade desse fluxo e alerta para as condições humanitárias críticas no sul.
Hospitais da capital registraram a entrada de mais de 60 corpos desde a meia-noite. A Defesa Civil, controlada pelo Hamas, atribuiu um terço das mortes ao ataque contra um depósito que servia de abrigo, onde seis mulheres e nove crianças teriam perdido a vida. A imprensa internacional segue impedida de entrar em Gaza de forma independente, dificultando a verificação dos relatos.
Imagens divulgadas por moradores mostram escombros, corpos envoltos em lençóis e familiares chorando nas portas do hospital al-Ahli. Já o Crescente Vermelho Palestino denunciou disparos que danificaram a estação de oxigênio do hospital al-Quds, em Tal al-Hawa. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) negou ataques diretos ao complexo e disse investigar o incidente.
Durante visita às tropas, o chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, declarou que “a maioria da população já deixou a Cidade de Gaza” e instou civis a “se desvincularem do Hamas”. O braço armado do grupo advertiu que a expansão das operações coloca em risco 48 reféns, dos quais cerca de 20 estariam vivos.
Fora da zona de conflito, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, revelou que o ex-presidente Donald Trump apresentou um “plano de 21 pontos para a paz no Oriente Médio e em Gaza” a líderes árabes e muçulmanos na ONU, sem divulgar detalhes.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU criticou a tática israelense, citando alta de vítimas civis e destruição de infraestrutura essencial, o que pode tornar permanente o deslocamento interno.
Embora Israel afirme responder ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza, desde então, ao menos 65.419 mortos na Faixa.
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Crédito da imagem: Reuters

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