Ataque russo na Ucrânia deixou 21 mortos e 21 feridos nesta terça-feira (9) na vila de Yarova, região de Donetsk, quando moradores idosos aguardavam para sacar suas pensões, informou o presidente Volodymyr Zelensky.
Segundo o líder ucraniano, uma bomba planadora de fabricação soviética atingiu a localidade situada a menos de 10 quilômetros da linha de frente, numa nova ofensiva que amplia o número de civis mortos — já superior a 12 mil, de acordo com dados da ONU.
Ataque russo na Ucrânia mata 21 idosos em fila de pensão
O governador de Donetsk, Vadym Filashkin, classificou o episódio como “terrorismo puro”. Imagens divulgadas por canais oficiais exibem corpos ao redor de um carro branco com logotipo amarelo, usado como agência móvel dos Correios estatais (Ukrposhta). O diretor da empresa, Ihor Smilianskyi, declarou que o veículo foi estacionado sob árvores para dificultar a detecção aérea, mas “alguém repassou as coordenadas”.
Empregada desde 2022, a bomba planadora é um armamento reaproveitado da era soviética que vem sendo adaptado pela Rússia. Alguns modelos atuais chegam a pesar 1.360 quilos, seis vezes o peso original, aumentando o poder destrutivo sobre vilarejos sem infraestrutura bancária, onde o pagamento presencial de benefícios é a única alternativa para aposentados.
O bombardeio ocorre após a maior ofensiva aérea contra Kiev no domingo (7), reforçando temores de que a Ucrânia esteja consumindo suas defesas antiaéreas mais rápido do que os aliados ocidentais conseguem repor. Na segunda-feira (8), autoridades dos EUA e da Europa reuniram-se no Departamento do Tesouro norte-americano para discutir novas sanções e sobretaxas sobre o petróleo russo, medida defendida por Zelensky como resposta “forte” ao avanço de Moscou.
Apesar de pressões internacionais, a Rússia intensifica ataques enquanto propostas de cessar-fogo permanecem sem avanço. “O mundo não pode ficar inerte”, alertou o presidente ucraniano, cobrando ações conjuntas de Estados Unidos, União Europeia e G20 para conter “o rastro de morte” da invasão iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
O território de Yarova foi ocupado em 2022 e retomado pelas forças ucranianas meses depois, mas segue vulnerável a ofensivas que ameaçam a população civil, sobretudo idosos dependentes de pagamentos presenciais.
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Crédito da imagem: Global News