Ataque israelense em Doha provocou a morte de cinco integrantes do Hamas e de um agente de segurança qatari, mas falhou em eliminar os principais líderes da facção palestina, segundo fontes oficiais dos dois países.
As explosões atingiram, na terça-feira (data local), um conjunto residencial no distrito de Katara, onde a equipe de negociação do Hamas discutia a última proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza.
Ataque israelense em Doha deixa líderes do Hamas ilesos
O Exército e o serviço interno de Inteligência de Israel informaram que 15 caças lançaram dez munições “de precisão” contra o alvo, alegando que ali estavam dirigentes responsáveis pelo ataque de 7 de outubro de 2023. Entre os nomes citados por autoridades israelenses estão Khalil al-Hayya, chefe negociador exilado em Gaza, e Zaher Jabarin, líder na Cisjordânia; ambos escaparam.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu qualificou a ofensiva como “plenamente justificada”. Já o Ministério do Interior do Catar confirmou a morte de um membro da Força de Segurança Interna e classificou a operação como “covarde” e “grave violação do direito internacional”. A chancelaria do emirado convocou reunião de emergência com Estados Unidos e Egito, mediadores do diálogo.
Em Washington, a Casa Branca afirmou que o presidente Donald Trump considerou o episódio “lamentável”, mas reiterou que “eliminar o Hamas é um objetivo válido”. A porta-voz Karoline Leavitt revelou que o enviado especial Steve Witkoff alertou Doha minutos antes do bombardeio.
Organizações internacionais também reagiram. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o ataque fere a soberania catariana e “ameaça esforços por um cessar-fogo”. Líderes de França, Reino Unido e Arábia Saudita ecoaram a condenação, temendo escalada regional.
Para famílias dos 48 reféns israelenses ainda detidos em Gaza, o episódio trouxe nova apreensão. “Estou tremendo de medo”, escreveu Einav Zangauker, mãe de um sequestrado, na rede X. A oposição em Israel exige explicações sobre o risco que a operação pode representar para os cativos.
O Hamas confirmou as mortes de Humam al-Hayya, filho de Khalil, e de Jihad Labad, diretor de seu gabinete, classificando a ação como “crime hediondo” e responsabilizando Washington pelo apoio militar a Israel. A organização assegurou que continuará a negociar o plano de trégua, apesar do “fracasso” israelense em eliminar a delegação.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo próprio Hamas, o número de mortos na ofensiva israelense na faixa ultrapassa 64 mil desde 2023. Esse contexto reforça a pressão internacional por um acordo que interrompa as hostilidades e permita a libertação de prisioneiros de ambos os lados. A cobertura completa pode ser lida na BBC News.
O governo israelense sinalizou que novas ações similares não estão descartadas, caso o Hamas rejeite a proposta de trégua. Enquanto isso, o Catar mantém suas instalações diplomáticas intactas e segue atuando como principal canal de diálogo entre os rivais.
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Crédito da imagem: Reuters