Ataque de drones ucranianos desencadeou a maior investida aérea contra o território russo em mais de quatro meses, com 221 aeronaves não tripuladas abatidas durante a madrugada desta sexta-feira (08), informou o Ministério da Defesa da Rússia.
Mais da metade dos drones caiu nas regiões de Bryansk e Smolensk, sudoeste de Moscou, onde instalações da Lukoil teriam sido alvo. Na região de Leningrado, autoridades relataram a derrubada de 28 drones e um incêndio já controlado em um navio no porto de Primorsk, principal terminal petrolífero russo, sem vítimas ou vazamentos.
Ataque de drones ucranianos atinge Rússia; 2 mortos
No lado ucraniano, dois civis morreram quando uma bomba planadora russa atingiu a vila fronteiriça de Myropylske, na região de Sumy. Outros sete feridos foram contabilizados em Bryansk, onde destroços de drone atingiram um ônibus, segundo o governador local Alexander Bogomaz.
Escala e alcance dos ataques
Intercepções foram registradas em pelo menos nove outras regiões russas, incluindo Kaluga, Novgorod e arredores de Moscou, onde nove drones foram destruídos. Embora destroços tenham sido espalhados em várias áreas, autoridades russas negam vítimas adicionais.
Os números divulgados por Moscou — não verificados de forma independente — colocam a ação entre as maiores desde 7 de maio, quando 524 drones teriam sido abatidos. Em comparação, Kiev afirma que 818 drones russos foram lançados contra a Ucrânia nas últimas semanas.
Impacto energético e resposta russa
Desde agosto, ofensivas ucranianas vêm atingindo refinarias e depósitos de combustível em território russo, reduzindo cerca de 20% da capacidade de refino, segundo a Casa Branca. A imprensa local, porém, atribui danos a “reparos não programados”, enquanto motoristas no extremo oriente relatam filas, racionamento e preços elevados de gasolina.
A intensificação dos ataques ocorre às vésperas do exercício militar conjunto “Zapad” entre Rússia e Belarus. A realização do treino surge dias após drones russos invadirem o espaço aéreo polonês, fato classificado por Varsóvia como incursão sem precedentes. Conforme noticiou a BBC, a tensão aumenta a pressão por negociações de paz, atualmente em “pausa”, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Os bombardeios de drones tornaram-se uma tática cada vez mais usada por ambos os lados, visando instalações energéticas e logísticas a centenas de quilômetros da linha de frente, na tentativa de comprometer o abastecimento e elevar custos operacionais.
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Crédito da imagem: BBC