Ataque cibernético em Heathrow causa atrasos em voos. O ataque digital derrubou, neste sábado (24), o sistema eletrônico de check-in e despacho de bagagens fornecido pela Collins Aerospace, impactando operações no Aeroporto de Heathrow e em outros terminais da Europa.
A falha obrigou companhias aéreas a recorrer ao atendimento manual, gerando filas de até duas horas, segundo passageiros ouvidos pela BBC. A Heathrow Airport Holdings alertou sobre possíveis atrasos e recomendou que os viajantes confirmem o status de seus voos antes de se deslocar ao terminal.
Ataque cibernético em Heathrow causa atrasos em voos
O fabricante RTX, controlador da Collins Aerospace, confirmou “uma interrupção relacionada a cibersegurança” em “aeroportos selecionados” e afirmou trabalhar para restabelecer o serviço rapidamente. O ataque atingiu o software Muse, que permite que diferentes companhias usem os mesmos balcões e portões de embarque.
Berlim-Brandenburgo e Bruxelas também reportaram espera prolongada. A administração de Bruxelas admitiu “grande impacto na malha aérea”, com cancelamentos, após operadores serem orientados pelo órgão europeu Eurocontrol a suprimir 50% das partidas entre 04h de sábado e 02h de segunda-feira.
No Reino Unido, a British Airways manteve as operações usando um sistema de contingência; já outras empresas que partem de Heathrow foram obrigadas a atender manualmente. Ferramentas de rastreamento de voos registraram centenas de partidas atrasadas durante o dia.
Passageiros relataram transtornos. A britânica Lucy Spencer aguardava há mais de duas horas para embarcar rumo a Kuala Lumpur, enquanto funcionários etiquetavam bagagens à mão. Outro viajante, Monazza Aslam, permaneceu no pátio por mais de uma hora e perdeu a conexão em Doha.
Dublin e Cork enfrentaram “impacto menor”, mas também acionaram processos manuais. EasyJet e Ryanair, que não operam em Heathrow, informaram não ter sido afetadas.
Analistas de cibersegurança lembram que sistemas de aviação são alvos frequentes de ransomware. Apesar de especulações sobre autoria estatal, especialistas ressaltam que gangues de extorsão visam sobretudo ganhos financeiros. A Collins Aerospace ainda não detalhou a origem do ataque.
Para o jornalista de aviação Simon Calder, qualquer instabilidade em Heathrow — o aeroporto mais movimentado da Europa — interfere em conexões globais: “Basta um ponto falhar para que aeronaves, tripulações e passageiros fiquem fora de posição, ampliando o caos”, disse ele ao portal BBC News.
O Departamento de Transportes do Reino Unido acompanha a situação. A orientação oficial é chegar ao aeroporto até três horas antes de voos internacionais e duas horas para rotas domésticas.
No curto prazo, a normalização depende da restauração completa do Muse ou da adoção de soluções de contingência permanentes pelas companhias aéreas.
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Crédito da imagem: Reuters
