Arquivos de Jeffrey Epstein divulgados pela Comissão de Supervisão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos trazem à tona um “livro de aniversário” de 2003, que celebra os 50 anos do financista e reúne mensagens, fotos e contatos de figuras públicas.
O documento de 238 páginas foi entregue pelo espólio de Epstein após intimação e acompanha o testamento, agendas telefônicas de 1990 a 2019 e um acordo de não acusação firmado pelo condenado por crimes sexuais.
Arquivos de Jeffrey Epstein: livro de aniversário revela contatos
Entre as mensagens, destaca-se um bilhete com assinatura semelhante à do então presidente Donald Trump. O texto, ladeado por um esboço do corpo de uma mulher, descreve Epstein como “amigo maravilhoso” e termina com o desejo de “segredos maravilhosos todos os dias”. A Casa Branca negou que Trump tenha escrito ou assinado o recado.
O “birthday book” também reúne mensagens de cerca de 40 pessoas classificadas em seções como “amigos”, “negócios” e “ciência”; os campos “família” e “girl friends” foram redigidos. Uma nota atribuída ao ex-presidente Bill Clinton elogia a “curiosidade infantil” de Epstein, enquanto o diplomata britânico Peter Mandelson o chama de “meu melhor amigo” e inclui fotos com rostos cobertos.
Não há carta do príncipe Andrew, mas uma mulher não identificada diz ter conhecido o príncipe, Clinton e Trump graças a Epstein, além de alegar ter visitado aposentos privados do Palácio de Buckingham.
As imagens anexadas exibem Epstein em seu jato particular, em lojas de medicina asiática e ao lado de mulheres com os rostos ocultados. Outras fotos mostram cenas sugestivas durante um safári, com zebras e leões ao fundo.
O presidente do comitê, James Comer, acusou democratas de “politizar” os documentos, enquanto o vice-presidente JD Vance afirmou que a divulgação cria “um falso escândalo” para atingir Trump. Parlamentares democratas, por sua vez, exigem a publicação completa e sem cortes dos chamados “arquivos Epstein”.
Para especialistas, a liberação reforça a pressão popular por transparência. Reportagem da Reuters aponta que apoiadores de Trump vinham cobrando a divulgação integral desde 2023.
Os novos documentos não vinculam juridicamente as personalidades mencionadas a crimes, mas reacendem questionamentos sobre a rede de relações de Epstein, que se suicidou em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual.
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Crédito da imagem: US Department of Justice/PA