Apple negocia integração do Gemini à Siri em acordo anual de US$ 1 bilhão

Apple e Google avançam em tratativas para que a próxima geração da Siri seja impulsionada pelo modelo de inteligência artificial Gemini, uma rede neural de 1,2 trilhão de parâmetros. As informações repassadas ao jornalista Mark Gurman indicam que o pacto, ainda não finalizado, pode render cerca de US$ 1 bilhão por ano ao Google. O objetivo declarado é lançar a versão turbinada da assistente de voz no próximo ano, utilizando, em parte, a infraestrutura da gigante de buscas, mas preservando o controle sobre a experiência do usuário.
- Fato central: uma aliança bilionária em formação
- Quem está envolvido
- O que está sendo negociado
- Quando e onde a integração deve ocorrer
- Como o Gemini superou as alternativas testadas
- Por que a parceria pode ser temporária
- Detalhes técnicos da operação em nuvem privada
- Efeitos imediatos no mercado financeiro
- Histórico de acordos entre as duas empresas
- Possíveis ajustes antes do lançamento
- Perspectivas de evolução interna na Apple
- Resumo das implicações
Fato central: uma aliança bilionária em formação
O cerne da notícia reside na negociação entre duas das maiores companhias de tecnologia do planeta. De um lado, a Apple planeja reformular profundamente a Siri; de outro, o Google oferece o Gemini, modelo que ultrapassa a marca do trilhão de parâmetros e, segundo as fontes, supera com folga a escala dos sistemas internos da própria Apple. Para viabilizar a parceria, discute-se um pagamento anual na casa de US$ 1 bilhão, valor que, convertido diretamente, chega a aproximadamente R$ 5,3 bilhões.
Quem está envolvido
Dois nomes dominam o cenário. Apple, a criadora do iPhone e da Siri, aparece como demandante de um salto de capacidade em sua assistente. Google, que já mantém acordo para ser o buscador padrão do Safari, desponta como fornecedor de tecnologia de ponta graças ao Gemini. A interlocução foi detalhada por Mark Gurman, repórter com histórico de coberturas sobre os bastidores da fabricante da maçã.
O que está sendo negociado
O objeto da negociação é a licença do Gemini, versão capaz de operar com 1,2 trilhão de parâmetros. Conforme relatado, a Apple pretende conectar esse sistema às funções de resumo e planejamento da Siri. Esses dois componentes são descritos como fundamentais para sintetizar informações coletadas pelo assistente e tomar decisões sobre tarefas complexas solicitadas pelos usuários. Outras funcionalidades, porém, continuariam a ser processadas por modelos proprietários da Apple, que permanecem em evolução paralela.
Quando e onde a integração deve ocorrer
A intenção apontada é colocar a Siri renovada nas mãos dos consumidores já no ano que vem. Para cumprir o calendário, as empresas correm contra o tempo, pois ainda restam meses de ajustes contratuais e técnicos antes do relançamento público do serviço. Parte significativa do processamento deverá ocorrer no Private Cloud Compute, solução de nuvem privada mantida pela Apple. Nesse ambiente, a companhia afirma que conseguirá evitar o trânsito de dados pessoais na infraestrutura do Google, mesmo fazendo uso do modelo da parceira.
Como o Gemini superou as alternativas testadas
Em 2024, a Apple teria avaliado três grandes modelos disponíveis no mercado: Gemini, ChatGPT (da OpenAI) e Claude (da Anthropic). Embora todos apresentem alto grau de sofisticação, o Gemini acabou escolhido no início de 2025, conforme descrito pelas fontes, por oferecer o maior número de parâmetros e, consequentemente, uma capacidade considerada mais robusta para lidar com solicitações de linguagem natural. Esse diferencial foi decisivo para convencer a Apple a negociar, mesmo que de forma temporária, uma dependência tecnológica externa.
Por que a parceria pode ser temporária
Apesar do avanço das conversas, a solução não é tratada como definitiva. A Apple conduz, em paralelo, o desenvolvimento de um modelo próprio baseado em nuvem que já acumula 1 trilhão de parâmetros. A expectativa interna, segundo o relato, é alcançar grau semelhante de robustez ao Gemini e, quando isso ocorrer, encerrar o acordo e passar a operar de maneira independente. Dessa forma, a companhia busca tempo para amadurecer seu ecossistema de IA sem deixar a Siri defasada diante da corrida do setor.
Detalhes técnicos da operação em nuvem privada
A execução do Gemini dentro do Private Cloud Compute é peça estratégica para a Apple. Ao processar dados em servidores controlados por ela mesma, a empresa visa assegurar que informações sensíveis dos usuários não transitem pelos centros de dados do Google. Esse arranjo reforça a política de privacidade que a Apple tradicionalmente alardeia em seus produtos. Ao mesmo tempo, permite que o Google atue como fornecedor “nos bastidores”, reduzindo a visibilidade pública da cooperação entre concorrentes diretos.
Efeitos imediatos no mercado financeiro
A revelação das tratativas provocou reação rápida nas bolsas de valores. As ações da Apple chegaram a subir menos de 1%, alcançando US$ 271,70. As do Google avançaram 3,2%, atingindo US$ 286,42. Mesmo que as oscilações tenham sido temporárias, refletem a percepção de investidores sobre o potencial incremento de receita do Google e sobre a busca da Apple por manter a Siri competitiva frente a assistentes rivais.
Histórico de acordos entre as duas empresas
Apple e Google não são estranhas uma à outra no campo das parcerias. Há um pacto de longa data que estabelece o buscador do Google como padrão no navegador Safari. O novo entendimento, porém, aprofunda a relação ao levar a tecnologia de IA da rival diretamente para um serviço de destaque do ecossistema Apple. Ainda assim, fontes próximas às tratativas afirmam que a divulgação oficial desse contrato é improvável; a tendência é que a Apple apresente a novidade como evolução interna da Siri, mantendo o Google como provedor oculto.
Possíveis ajustes antes do lançamento
Embora as negociações estejam descritas como adiantadas, Mark Gurman alerta que os termos podem mudar. Até o relançamento da Siri, existe margem para modificações de valores, duração do contrato ou escopo de funções transferidas ao Gemini. Esse caráter provisório é reforçado pela ambição da Apple em fortalecer seus próprios modelos, meta que poderia reduzir o prazo de dependência em relação ao Google.
Perspectivas de evolução interna na Apple
O esforço paralelo para desenvolver um modelo de 1 trilhão de parâmetros indica que a Apple não pretende abdicar de controle tecnológico no médio prazo. A companhia teria como meta disponibilizar esse sistema para aplicações de consumo já no próximo ano, coincidindo com o período em que a Siri reforçada pelo Gemini deve estrear. Caso a linha do tempo se confirme, o usuário pode testemunhar uma transição gradual: primeiro, a Siri apoiada em tecnologia externa; depois, uma versão sustentada integralmente por infraestrutura da própria Apple.
Resumo das implicações
A possível inclusão do Gemini na Siri envolve cifras bilionárias, redefine temporariamente a dinâmica competitiva entre Apple e Google e demonstra a pressão por assistentes de voz mais potentes. Mesmo sem confirmação oficial das partes, o quadro delineado pelas fontes mostra uma Apple disposta a recorrer a soluções externas enquanto fortalece seu arsenal interno de IA. Para o Google, o acordo representa receita recorrente adicional e prova de que seu modelo de 1,2 trilhão de parâmetros já conquista espaço além dos próprios serviços.
Representantes de ambas as empresas foram procurados, mas preferiram não comentar.

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