Apple escalará Siri com Gemini do Google em servidores próprios, mantendo segredo sobre a parceria

Apple escalará Siri com Gemini do Google em servidores próprios, mantendo segredo sobre a parceria

Apple e Google costuram acordo para turbinar a Siri com o modelo de linguagem Gemini, mas sem revelar a fonte ao público. A informação foi divulgada pelo jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, que detalhou como a assistente virtual do iOS 26.4 passará a combinar modelos proprietários da Apple com versões personalizadas da inteligência artificial desenvolvida pelo concorrente.

Índice

Como a parceria foi estruturada

A cooperação une duas gigantes historicamente vistas como rivais em vários segmentos. No entendimento apurado pela newsletter Power On, a Apple fornecerá a infraestrutura e definirá a experiência de uso, enquanto o Google disponibilizará o Gemini, seu modelo de linguagem de grande porte. O acordo prevê que o processamento de solicitações mais sofisticadas aconteça em servidores batizados de Apple Private Cloud Compute, ambiente fechado que não envia dados para fora do ecossistema da empresa de Cupertino.

Ao delimitar funções, as companhias chegam a um arranjo incomum: a Apple mantém a narrativa de produto integralmente próprio, mas alavanca tecnologia externa na camada invisível ao usuário. Já o Google consegue ampliar o alcance do Gemini sem necessariamente aparecer na interface final.

Estrutura em três módulos

A versão remodelada da Siri será organizada em três blocos independentes:

• Planejador: interpreta a intenção do usuário, cria uma sequência de ações e define quais informações serão necessárias.
• Buscador: acessa dados armazenados no aparelho e recorre à internet quando preciso.
• Resumidor: compila os resultados e devolve uma resposta objetiva ou executa a tarefa solicitada.

Segundo o cronograma interno, o Gemini atuará especificamente nas fases de planejamento e sumarização, deixando o tratamento de dados pessoais — fotos, contatos, mensagens e lembretes — restrito aos modelos locais da Apple. Desse modo, a companhia pretende preservar o discurso de privacidade que sempre sustentou seus produtos.

Motivos que levaram à escolha do Gemini

Durante a fase de testes, a Apple avaliou alternativas oferecidas por startups como Anthropic e Perplexity. Ainda assim, optou pelo Gemini por três razões principais, apontadas nas apurações:

Viabilidade técnica: o modelo do Google já demonstrava capacidade de sustentar diálogos longos, gerar resumos e interpretar comandos encadeados, pré-requisitos essenciais para a próxima geração da assistente.
Custos e escala: a estrutura global de data centers do Google permitiria atender a uma base potencial de centenas de milhões de iPhones com menor impacto financeiro.
Relação comercial pré-existente: as empresas já mantêm acordos bilionários ligados ao mecanismo de busca padrão do Safari, o que facilita novas frentes de colaboração.

Quais funcionalidades o usuário poderá notar

Embora o nome Gemini jamais apareça na tela, o reflexo prático deve surgir em respostas mais contextualizadas e em tarefas automáticas. Entre as possibilidades descritas internamente estão:

Entendimento de contexto: a Siri passará a lembrar instruções dadas minutos ou até horas antes, permitindo interações encadeadas.
Execução de ações sequenciais: depois de resumir um e-mail, a assistente poderá sugerir o envio do arquivo anexado para outra pessoa, tudo em uma única conversa.
Busca conversacional integrada: o sistema reunirá dados do aparelho, de aplicativos instalados e da web para oferecer respostas unificadas, sem que o usuário precise trocar de app.
Sugestões proativas: ajustes no calendário, lembretes ou recomendações poderão surgir com base em mensagens recentes, respeitando, segundo a Apple, a lógica de processamento local para itens sensíveis.

Comparações com concorrentes e contexto de mercado

A abordagem lembra a adotada pela Samsung no Galaxy AI, que também se vale do Gemini para recursos de transcrição, tradução e resumo. A diferença, porém, está na forma de apresentação: enquanto a Samsung menciona nominalmente a tecnologia do Google, a Apple pretende preservar a marca Siri como protagonista absoluta, reforçando a identidade de software nativo.

O movimento é relevante porque a empresa vinha enfrentando críticas sobre a estagnação da assistente lançada em 2011. Com rivais atualizando rapidamente seus produtos de IA generativa, a Apple precisava de um salto sem sacrificar pilares de segurança. A solução encontrada foi terceirizar parte da inteligência e blindar a etiqueta “Apple” diante do consumidor final.

Cronograma de lançamento

A incorporação do Gemini está planejada para o iOS 26.4, cuja distribuição é esperada entre março e abril de 2026. Junto com o sistema móvel, um display doméstico inteligente estaria em fase de desenvolvimento para ampliar o uso da nova Siri em ambientes fixos.

Além dessa primeira etapa, a companhia já trabalha em funcionalidades adicionais alinhadas ao iOS 27. A próxima grande versão, prevista para ser apresentada na WWDC do mesmo ano, deverá expandir a chamada “Apple Intelligence” para macOS, watchOS e outros membros do ecossistema, mantendo o arranjo híbrido de modelos internos e parceiros externos.

Privacidade como pilar inegociável

Um ponto enfatizado na estratégia é o papel do Apple Private Cloud Compute. O ambiente fechado permitirá executar cargas de trabalho mais pesadas sem recorrer a servidores de terceiros, mesmo utilizando um modelo fornecido pelo Google. Dessa forma, solicitações envolvendo dados sensíveis — agendas, fotos e mensagens — permanecerão cifradas na origem e processadas localmente sempre que possível.

Quando o volume de cálculo exigir infraestrutura externa, a Apple direcionará o tráfego para suas próprias máquinas, nas quais a instância customizada do Gemini ficará hospedada. Esse desenho técnico busca atender simultaneamente aos compromissos de confidencialidade da Apple e às necessidades de escala do novo serviço.

Implicações para o ecossistema

Com a atualização, a Siri deixa de ser apenas um agente de comandos simples e passa a operar como um hub conversacional que atravessa aplicativos e plataformas. Isso pode afetar diretamente:

Desenvolvedores: apps que expõem dados à Siri terão novos pontos de integração, aumentando oportunidades, mas também a complexidade de segurança.
Usuários corporativos: empresas que adotam iPhone como ferramenta de trabalho poderão explorar resumos de e-mails e relatórios internos, mantendo controle de informação sensível.
Concorrência: ao incorporar o Gemini sem divulgar a parceria, a Apple reforça a percepção de que consegue avançar em IA mantendo seus alicerces proprietários, o que pressiona rivais a acelerar projetos próprios ou buscar colaborações semelhantes.

Desdobramentos futuros

Nos bastidores, a Apple trabalha para alcançar maior independência ao longo do tempo. A expectativa é que, conforme seus modelos evoluam, partes hoje terceirizadas possam voltar a ser processadas inteiramente dentro da empresa. Até lá, o acordo com o Google funciona como ponte para entregar, em curto prazo, as funções que o público passou a considerar básicas em qualquer assistente moderna.

Se a integração cumprir o prometido, a Siri abrirá caminho para recursos ainda mais ambiciosos, como produção de mídia generativa e automação ampla de aplicativos, já listados no roteiro preliminar do iOS 27. Todas essas iniciativas, contudo, permanecerão sob a camada de confidencialidade que caracteriza a estratégia: o usuário verá apenas a marca Apple enquanto, nos bastidores, o Gemini continuará operando em silêncio.

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