Antes de Deadpool: Ryan Reynolds brilhou na sitcom dos anos 90 “Two Guys and a Girl”

Quem é Ryan Reynolds para o grande público? Para a maioria, o ator canadense é sinônimo de Deadpool e de sucessos recentes do cinema. No entanto, antes de liderar bilheterias mundiais, ele interpretou Michael Leslie Bergen, um estudante de Medicina de comportamento irreverente, na sitcom “Two Guys, a Girl and a Pizza Place”.
- A chegada de Reynolds ao elenco e o contexto televisivo
- Da pizzaria à vida acadêmica: Berg, o protagonista de Reynolds
- Elenco principal e sinergia em cena
- Experiência prévia de Reynolds na televisão e no cinema
- Mudança de título e reformulação do roteiro
- Desempenho de audiência e posição no ranking de 1998
- A contribuição do carisma de Reynolds
- Queda de números e mudança de horário
- O episódio derradeiro e o voto dos fãs
- Impacto do cancelamento e status de “mídia quase perdida”
- Legado para a carreira de Reynolds
A chegada de Reynolds ao elenco e o contexto televisivo
A série estreou nos Estados Unidos na segunda metade da década de 1990. Seu cenário inicial era uma pizzaria administrada pelos personagens centrais, dois colegas de apartamento em Boston e a amiga que frequentava o local. O programa foi exibido originalmente pela ABC, emissora que buscava produções de comédia para disputar espaço em uma grade dominada por concorrentes como “Friends”.
Da pizzaria à vida acadêmica: Berg, o protagonista de Reynolds
Michael Leslie Bergen – ou simplesmente Berg – foi apresentado como um jovem acomodado, amante de esquemas improvisados para vencer a rotina. Ao longo das temporadas, o personagem decidiu ingressar na faculdade de Medicina, passo que serviu de arco dramático para mostrar amadurecimento sem abandonar o humor físico e a ironia que o definiam. Esses traços, sustentados por Reynolds, passaram a caracterizar a assinatura do ator em trabalhos posteriores.
Elenco principal e sinergia em cena
O trio de protagonistas formava o núcleo da narrativa. Richard Ruccolo viveu Peter Dunville, melhor amigo de Berg e igualmente exposto às confusões criadas por ele. Traylor Howard interpretou Sharon Carter, a “garota” do título. A química entre os três ancorava a maioria das tramas semanais, desde problemas de trabalho até relacionamentos, com foco nos embaraços gerados pela falta de planejamento de Berg.
Experiência prévia de Reynolds na televisão e no cinema
Quando foi escalado para a sitcom, Reynolds não era um estreante absoluto. O canadense já aparecera como Billy Simpson em “Hillside” – exibida nos Estados Unidos com o título “Fifteen” – e havia participado de “Ordinary Magic”, longa de 1993. Sua filmografia incluía ainda o telefilme de 1996 “Sabrina the Teenage Witch”, além de passagens por “The X-Files” e “The Outer Limits”. Esse repertório contribuiu para que o ator embarcasse na nova produção com segurança diante das câmeras.
Mudança de título e reformulação do roteiro
Após duas temporadas, a ambientação na pizzaria perdeu relevância. O roteiro direcionou os personagens para situações fora do restaurante, e o programa foi rebatizado simplesmente como “Two Guys and a Girl”. A alteração refletiu a mudança de foco narrativo e procurou consolidar o seriadonum espaço competitivo das noites de quarta-feira.
Desempenho de audiência e posição no ranking de 1998
Na primeira temporada, “Two Guys and a Girl” registrou média de 12,9 milhões de telespectadores. O resultado manteve a série distante de fenômenos como “Friends”, que acumulou 24,4 milhões no mesmo período, mas foi suficiente para colocá-la na 37ª posição entre 157 programas avaliados em 1998. Esse desempenho garantiu a renovação para novos ciclos.
A contribuição do carisma de Reynolds
Boa parte do apelo junto ao público foi atribuída à presença de Reynolds. Sua performance fazia uso intenso de humor físico, expressões exageradas e timing cômico afinado. Ao provocar enrascadas para os colegas de cena e tentar contorná-las, Berg oferecia momentos de riso que fortaleciam a audiência. Observadores da época apontaram esses elementos como ensaio do estilo que o ator levaria para o cinema, inclusive para futuros megaproduções como “Deadpool & Wolverine”, longa que alcançou o posto de filme live-action mais assistido no Disney+ em 2024.
Queda de números e mudança de horário
Com o passar das temporadas, a série enfrentou declínio de público. Durante o quarto ano, a ABC transferiu o programa para a noite de sexta-feira, prática comum quando a emissora tentava reposicionar atrações em dificuldades. A mudança não surtiu efeito; mesmo quando a sitcom retornou à quarta-feira, o interesse não se recuperou aos níveis originais. O desempenho inferior levou ao cancelamento em maio de 2001, pouco depois da exibição do episódio final da quarta temporada.
O episódio derradeiro e o voto dos fãs
O capítulo “The Internet Show”, transmitido em 16 de maio de 2001, encerrou a trajetória televisiva de modo incomum. Quatro finais diferentes foram gravados, cada um revelando uma personagem feminina grávida: Sharon, Ashley (interpretada por Suzanne Cryer) ou Irene (vivida por Jillian Bach). A quarta possibilidade previa que nenhuma delas estivesse esperando bebê. A produção convidou o público a votar on-line na opção preferida, e a escolha recaiu sobre Ashley. Contudo, o cancelamento impediu que o enredo fosse concluído em uma quinta temporada, resultando em um cliffhanger permanente.
Impacto do cancelamento e status de “mídia quase perdida”
O fim abrupto deixou fãs sem resposta e contribuiu para que a sitcom se tornasse obscura ao longo dos anos. Atualmente, o título não está disponível em serviços de streaming nem em plataformas digitais, condição que alimenta discussões sobre sua preservação. Clipes avulsos podem ser encontrados no YouTube, mas o acesso integral aos episódios depende da coleção em DVD lançada pela Shout! Factory em 2018. O box de 11 discos reúne todos os 81 capítulos produzidos.
Legado para a carreira de Reynolds
Mesmo distante das telas há mais de duas décadas, “Two Guys and a Girl” ocupa lugar relevante na filmografia de Ryan Reynolds. O programa ofereceu ao ator quatro anos de exposição contínua, lapidou seu timing de comédia situacional e projetou sua imagem para audiências internacionais. Posteriormente, Reynolds migraria para o cinema com “Van Wilder” em 2002, consolidando o caminho que o levaria a protagonizar franquias multimilionárias.

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