Andrej Babis lidera disputa na eleição tcheca de 2024

Andrej Babis, bilionário populista de 71 anos, aparece como favorito nas urnas que se abrem nesta sexta-feira (12) e sábado (13) na República Tcheca, em meio a tensões de segurança na Europa e receios de interferência russa.
Pesquisas indicam que o partido ANO, liderado por Babis, deve superar a atual coalizão pró-Ocidente do primeiro-ministro Petr Fiala, mas dificilmente alcançará maioria no Parlamento. Para governar, o ex-premiê precisará do apoio de siglas situadas nos extremos do espectro político, o que pode elevar o custo político em temas sensíveis como União Europeia, Otan e ajuda militar à Ucrânia.
Andrej Babis lidera disputa na eleição tcheca de 2024
Em comício na cidade industrial de Kladno, Babis garantiu que não “arrastará o país para o Leste” e rejeitou qualquer saída do bloco europeu. “Nunca consideraremos deixar a UE. Olhem o que aconteceu com o Reino Unido”, declarou a uma plateia majoritariamente idosa que vestia bonés vermelhos com o slogan “Strong Czechia”, clara referência ao movimento Maga, de Donald Trump, aliado pessoal de Babis.
Apesar do discurso, a matemática parlamentar empurra o ANO a negociar com grupos como o ultranacionalista SPD, o recém-criado Motoristas contra o Acordo Verde e a coalizão Enough!, que reúne comunistas rebatizados, remanescentes social-democratas e o blogueiro “Pitchfork”. Alguns defendem referendos para a saída da UE e da Otan, condição que preocupa analistas de segurança.
Roman Maca, especialista citado pela BBC, alerta que uma aliança com siglas simpáticas ao Kremlin pode fragilizar o apoio de Praga a Kiev. “Esses partidos pedirão o fim das sanções e a redução do gasto militar”, afirmou. O ANO já sinalizou que substituirá a iniciativa tcheca que enviou 3,5 milhões de projéteis à Ucrânia por um programa “mais transparente” dentro da Otan.
Do outro lado, jovens eleitores como Ondrej Kapralek, ativista do Partido Pirata, temem que o país siga o caminho de Eslováquia e Hungria, ambas membros da UE e da Otan, mas cada vez mais próximas de Moscou. Kapralek defende investimentos em defesa e políticas que convençam sua geração a construir o futuro “em casa”.
Enquanto isso, a campanha se intensifica com promessas de cortes nos preços dos combustíveis, exames de pressão gratuitos em comícios e a distribuição dos emblemáticos bonés vermelhos. A votação encerrará uma gestão considerada inabalável em sua lealdade à UE, à Otan e à Ucrânia; se as pesquisas se confirmarem, essa postura será colocada em xeque a partir da próxima semana. Para mais detalhes sobre o cenário eleitoral, consulte a cobertura da BBC em bbc.com/news.
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Crédito da imagem: Reuters
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