Alga tóxica alastra-se por 500 km e mata milhares de animais marinhos na Austrália

Alga tóxica alastra-se por 500 km e mata milhares de animais marinhos na Austrália

Mais de 13 800 animais marinhos morreram na costa sul da Austrália devido à proliferação da alga Karenia mikimotoi, que já se estende por cerca de 500 quilómetros de litoral. A maré vermelha, assim designada pelas autoridades, afeta golfinhos, arraias, tubarões e quase 400 outras espécies, causando impacto ecológico e económico significativo.

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Ecossistemas sob pressão

Especialistas alertam que espécies de deslocação lenta, como cavalos-marinhos e peixes de fundo, podem demorar anos a recuperar. A toxicidade da alga provoca falta de oxigénio e liberta compostos nocivos que comprometem a sobrevivência dos organismos marinhos, deixando um rasto de mortalidade que se estende das praias metropolitanas de Adelaide à Península de Eyre.

Entre as zonas mais atingidas constam a Ilha Kangaroo, o Golfo Spencer, a Lagoa Norte de Coorong e o litoral entre Victor Harbor e Robe. De acordo com biólogos, a magnitude do evento é comparável a um “incêndio marítimo”, capaz de arrastar tudo à sua passagem.

Causas ligadas ao clima e a descargas de nutrientes

Investigadores associam a explosão de Karenia mikimotoi ao aquecimento do oceano, que na região apresenta valores médios 2,5 °C acima do habitual. A ausência de agitação marítima favorece o movimento vertical da alga, permitindo-lhe aceder a nutrientes em diferentes camadas de água. Além disso, o aporte de matéria orgânica transportada pela cheia do rio Murray em 2023 oferece condições adicionais para a multiplicação descontrolada do fitoplâncton tóxico.

Impacto económico e medidas de contingência

A pesca e o cultivo de ostras estão suspensos depois de serem detetadas neurotoxinas em amostras de marisco, travando uma atividade essencial para as comunidades costeiras. O turismo também sofre com o encerramento de praias e a perceção de risco para a saúde pública.

Os governos federal e estadual anunciaram um pacote conjunto de 28 milhões de dólares australianos destinado a investigação, operações de limpeza, apoio às populações afetadas e ações de comunicação. No entanto, ambientalistas e representantes locais contestam a decisão de não classificar a situação como desastre nacional, medida que libertaria verbas adicionais e facilitaria uma resposta coordenada a nível país.

Monitorização e apelo a estratégia nacional

Autoridades colocaram online um portal com atualizações diárias sobre a extensão da maré vermelha, instruções de segurança e mapas dos locais interditados. Cientistas defendem a criação de um programa de vigilância nacional que integre dados de satélite, amostragem em campo e modelos previsionais, para antecipar surtos semelhantes e reduzir os danos.

Enquanto isso, equipas de biólogos e voluntários continuam a recolher animais mortos e a avaliar os efeitos a longo prazo sobre a biodiversidade marinha. A recuperação integral dos ecossistemas poderá exigir vários anos, dependendo da frequência de novos episódios e das condições ambientais futuras.

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Imagem: Martin Valigursky via olhardigital.com.br

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