Alasquianos protestam chegada de Trump e Putin para encontro em Anchorage
Centenas de moradores do Alasca se reuniram nesta sexta-feira (14) nas proximidades da base conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, para manifestar descontentamento com o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin. A reunião ocorre a cerca de 30 minutos do centro da cidade e não conta com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Ucranianos no Alasca cobram participação
A ucraniana Hanna Correa, 40 anos, que vive em Anchorage desde 2019, empunhava uma bandeira azul e amarela. “Putin deveria estar preso e simplesmente vem ao Alasca”, afirmou. Ela considera “triste” a ausência de Zelensky na conversa que pode influenciar o futuro de seu país.
Vozes críticas e apoio dividido
Entre os manifestantes, o veterano de guerra Christopher Kelliher, 53, descreveu a visita como “nojenta”. “Putin não precisa estar no nosso estado, muito menos no nosso país”, declarou, acrescentando críticas ao presidente norte-americano.
Apesar da forte oposição, também havia quem defendesse o diálogo. O pescador Don Cressley, morador da cidade de North Pole, avaliou positivamente as negociações de cessar-fogo conduzidas por Trump. “Quero o fim da guerra por causa da destruição e do sofrimento causado”, disse enquanto pescava salmão com o neto.
Herança russa e tensão militar
O Alasca, comprado da Rússia em 1867 por US$ 7,2 milhões, mantém traços do passado imperial russo, como as igrejas ortodoxas que pontuam a paisagem. Na igreja St Tikhon, em Anchorage, fiéis realizaram três dias de orações antes da chegada dos líderes. O padre Nicholas Cragle, que viveu sete anos na Rússia, comentou que o conflito “é particularmente doloroso” para a comunidade.
A proximidade geográfica com a Rússia mantém o estado em alerta. Aeronaves militares russas são frequentemente detectadas na costa alasquiana, e em janeiro caças dos EUA e do Canadá foram acionados após múltiplos avistamentos no Ártico, informou o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad).
Segurança em debate
Para alguns residentes, o risco de um confronto direto ainda parece distante. Questionado sobre a possibilidade de uma invasão russa, Kelliher respondeu: “Não mesmo; todo mundo no Alasca possui uma arma”. Outros, como o pescador Russell Wilson, temem que a falta de firmeza de Washington transforme o estado em “próxima Ucrânia”.
O encontro entre Trump e Putin, realizado em solo que outrora pertenceu a Moscou, intensifica memórias históricas e expõe divisões na sociedade alasquiana entre ceticismo e esperança de um acordo que encerre a guerra no Leste Europeu.
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Com informações de BBC News

Imagem: bbc.com