Acordo do TikTok ganha novo fôlego nesta sexta-feira, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping iniciaram uma ligação por volta das 8h (horário de Washington) para discutir os últimos detalhes que podem manter o aplicativo ativo no mercado norte-americano.
Segundo a Casa Branca e a agência Xinhua, o objetivo central da conversa é finalizar o modelo de propriedade exigido por Washington: a venda da participação controladora da ByteDance, dona do TikTok, a uma empresa aprovada pelos EUA. Caso contrário, o app enfrentará proibição prevista em lei aprovada no ano passado.
Acordo do TikTok: Trump e Xi iniciam conversa decisiva
A chamada é apenas a segunda entre os dois desde que Trump reassumiu o cargo e retomou tarifas bilionárias contra produtos chineses. Fontes em Pequim e em Washington veem na negociação do TikTok um possível termômetro para a reaproximação econômica entre as duas maiores potências.
Autoridades norte-americanas afirmam que um esboço de acordo já foi alcançado esta semana em Madri, durante reunião bilateral liderada pelo secretário do Tesouro Scott Bessent. O framework prevê que uma empresa parceira, ainda não divulgada, assuma o controle dos dados e da segurança do conteúdo de usuários nos Estados Unidos.
Trump, que credita ao aplicativo “tremendo valor” para sua campanha, vem prorrogando sucessivamente o prazo de desinvestimento. Ele reiterou na véspera que “os EUA têm o valor em suas mãos” e que está “muito perto” de concluir não só o trato sobre o TikTok, mas também a revisão de tarifas recíprocas.
Do lado chinês, o porta-voz da embaixada em Washington, Liu Pengyu, não confirmou um encontro presencial dos líderes, mas ressaltou que a diplomacia ao nível de chefes de Estado é “insubstituível” para orientar as relações bilaterais. Analistas como Sun Yun, do Stimson Center, avaliam que ambas as partes desejam um encontro, mas a viabilidade depende dos ganhos concretos a serem anunciados.
Mesmo com a pausa em tarifas e controles de exportação, temas sensíveis continuam pendentes, como restrições a tecnologias estratégicas, compras agrícolas e combate ao fentanil. Agricultores norte-americanos, por exemplo, perderam 53% das vendas à China nos primeiros sete meses do ano, segundo dados oficiais.
O desfecho da ligação desta sexta-feira é aguardado com expectativa por mercados, usuários do aplicativo e setores produtivos dos dois países. Caso o acordo seja formalizado, pode marcar uma rara convergência em meio a anos de tensões comerciais.
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Imagem: Global News