Acordo tecnológico EUA-Reino Unido marca visita de Trump simbolizou o ponto alto da segunda visita de Estado do presidente dos Estados Unidos ao Reino Unido, encerrada nesta quinta-feira (XX/XX). Embora o pacto preveja investimentos bilionários em ciência e inovação, pouco avançou na redução de tarifas e no alinhamento sobre a guerra na Ucrânia.
Recebido com pompa pela família real e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Donald Trump elogiou a “relação especial” entre os países e agradeceu a hospitalidade durante cerimônias que incluíram jantar de gala em Windsor e guarda de honra recorde. Mesmo com esse clima amistoso, divergências sobre comércio, imigração e Oriente Médio permaneceram.
Acordo tecnológico EUA-Reino Unido marca visita de Trump
O acordo, descrito por Londres e Washington como “histórico”, prevê investimentos estimados em 150 bilhões de libras (cerca de US$ 204 bilhões) de empresas norte-americanas na economia britânica. Destaque para 31 bilhões de libras destinados à inteligência artificial, incluindo um braço do projeto Stargate, apoiado por Trump, e novos data centers. Em contrapartida, conglomerados britânicos anunciaram quase US$ 30 bilhões em aplicações nos Estados Unidos.
Segundo Starmer, o pacto criará “milhares de empregos” em áreas como IA, computação quântica e energia nuclear. Autoridades britânicas negaram concessões na taxa sobre serviços digitais ou em regulações da internet para fechar o entendimento. Para analistas, o acordo reforça a cooperação em tecnologia diante da competição global, tema detalhado pela BBC.
Apesar do entusiasmo, negociações para zerar tarifas norte-americanas sobre aço e alumínio britânicos, atualmente em 25 %, estagnaram. Em entrevista à Fox News, Trump foi vago sobre a possibilidade de reduzi-las, afirmando apenas: “Estamos lucrando muito”. Setores automotivo e aeroespacial, que também pleiteiam alívio tarifário, seguem sem cronograma definido.
Nos bastidores, Starmer buscou convencer Trump a endurecer sanções contra a Rússia e ampliar o suporte militar a Kiev. O presidente norte-americano reconheceu que Vladimir Putin “o decepcionou”, mas alegou que o conflito “não afeta” diretamente os EUA. Já sobre Gaza, Trump discordou da intenção britânica de reconhecer um Estado palestino, embora o tema tenha sido tratado cordialmente.
Questões de segurança também marcaram a viagem. Um problema hidráulico obrigou o helicóptero presidencial a pouso não programado antes do retorno a Washington; ninguém se feriu. Além disso, manifestantes projetaram imagens ligando Trump a Jeffrey Epstein em Windsor, mas o chefe da Casa Branca evitou comentar o assunto.
Para especialistas, a visita mostrou que a “ofensiva de charme” britânica surtiu efeito ao garantir um acordo de alto valor, ainda que sem destravar dossiês comerciais sensíveis. A expectativa é de novas rodadas de diálogo nas próximas semanas.
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Crédito da imagem: Global News/AP