Tempestade geomagnética G4 ilumina América do Norte após CME canibal gerada por explosões solares de classe X

Palavra-chave principal: explosões solares
- Sequência de erupções e formação de uma CME canibal
- Classificação do fenômeno na Terra: tempestade geomagnética G4
- Efeitos atmosféricos: auroras em latitudes incomuns
- Potenciais repercussões de uma tempestade geomagnética G4
- Nova explosão X5.1 amplia o ciclo de atividade
- Previsões para a próxima madrugada segundo NOAA e Met Office
- Riscos acrescentados em caso de índice G5
- Presença de prótons altamente energéticos
- Repercussão visual nas redes sociais
Sequência de erupções e formação de uma CME canibal
Um conjunto de eventos solares de alta energia dominou o último fim de semana e o início da semana seguinte. Em pouco mais de 24 horas, duas explosões de classe X irromperam a partir do agrupamento de manchas solares identificado como AR4274. O primeiro episódio, classificado como X1.8, ocorreu no domingo, 9 de novembro. Na manhã de segunda-feira, 10 de novembro, a mesma região ativa voltou a liberar material, desta vez em uma explosão X1.2. Cada erupção expulsou jatos de plasma e campos magnéticos, componentes conhecidos como ejeções de massa coronal (CME), que foram direcionados à Terra.
A dinâmica entre as duas ejeções foi decisiva para a intensidade do distúrbio que se seguiria. O jato lançado inicialmente avançou com menor velocidade e acabou sendo engolido pela segunda ejeção, mais rápida. Essa configuração é chamada de CME canibal, já que a onda de choque posterior incorpora a primeira e cria uma bolha ampliada de partículas carregadas. O pacote combinado alcançou o espaço interplanetário rumo ao planeta e atingiu a magnetosfera terrestre na noite de terça-feira, 11 de novembro.
Classificação do fenômeno na Terra: tempestade geomagnética G4
Quando o plasma solar alcançou a Terra, sensoramentos conduzidos pela plataforma de meteorologia espacial Spaceweather.com registraram uma tempestade geomagnética classificada como G4. Essa graduação situa-se no segundo nível mais alto de uma escala que vai de G1 (fraca) a G5 (extrema). O índice reflete a intensidade da interação entre as partículas solares e o campo magnético terrestre, além do grau de perturbação registrado em sistemas eletromagnéticos globais.
Efeitos atmosféricos: auroras em latitudes incomuns
A reação entre os íons originados do Sol e os átomos presentes nas camadas superiores da atmosfera produziu uma ampla exibição de auroras multicoloridas. Os relatos visuais se estenderam por toda a América do Norte, do Canadá ao México, e também alcançaram países europeus. Observadores registraram tonalidades que variaram do verde ao vermelho, cenário considerado atípico para regiões tão afastadas dos polos. Fotografias vindas de locais como Laguna Seca, no México, Santa Rosa, na Califórnia, e Arvada, no Colorado, ilustraram a dispersão geográfica do fenômeno.
Potenciais repercussões de uma tempestade geomagnética G4
A escala G4 indica um nível severo de perturbação, com possíveis impactos sobre infraestrutura crítica. Entre os riscos destacados para esse patamar estão falhas no controle de tensão e desligamentos involuntários em redes elétricas. Satélites e espaçonaves podem acumular carga elétrica em suas superfícies, complicando operações de rastreamento e exigindo manobras corretivas. Correntes induzidas afetam dutos, alterando medições e gerando aquecimento localizado. Sistemas de comunicação por rádio de alta frequência, empregados em aviação e transmissões de longa distância, enfrentam interferências e interrupções. Equipamentos de baixa frequência, importantes para navegação marítima e aérea, podem ficar temporariamente sem função. Um efeito colateral positivo, embora não isento de alerta, é a expansão das auroras para latitudes incomuns, visíveis muito além das zonas polares habituais.
Nova explosão X5.1 amplia o ciclo de atividade
As duas erupções iniciais não encerraram a sequência de alta energia. Na terça-feira, 11 de novembro, a região AR4274 liberou um evento ainda mais intenso, registrado como X5.1. Este foi o episódio mais violento do Sol em 2025 até o momento. Assim como nas ocorrências anteriores, foram expelidos plasma e campos magnéticos rumo ao espaço. A magnitude superior eleva o potencial de perturbações adicionais sobre a magnetosfera terrestre nos dias seguintes.
Previsões para a próxima madrugada segundo NOAA e Met Office
Entidades dedicadas ao monitoramento do clima espacial, como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e o Serviço Meteorológico do Reino Unido (Met Office), projetam uma nova leva de tempestades geomagnéticas entre fortes (G3) e severas (G4) para a madrugada subsequente. Existe, ainda, a possibilidade de o índice atingir o nível extremo G5, cenário em que os efeitos poderiam superar os já observados. Diante desse prognóstico, as auroras podem expandir-se ainda mais ao sul, abrangendo áreas que raramente testemunham o fenômeno.
Riscos acrescentados em caso de índice G5
O nível G5 representa a condição máxima da escala. Nesse patamar, ocorrem apagões generalizados e danos a transformadores capazes de comprometer extensas porções do sistema elétrico. Satélites ficam sujeitos a falhas de orientação, perda temporária de comunicação e, em casos extremos, degradação de componentes eletrônicos. Correntes intensas em gasodutos podem alterar significativamente a resistência interna das tubulações. As interrupções em radiofrequência de alta e baixa faixa tendem a prolongar-se, afetando operações aéreas, marítimas e terrestres. Serviços de navegação por satélite, essenciais a múltiplos setores econômicos, também podem sofrer falhas estendidas.
Presença de prótons altamente energéticos
Além do plasma e dos campos magnéticos, especialistas apontam que a explosão recorde liberou uma corrente de prótons de alta energia. Essas partículas deslocam-se quase à velocidade da luz e, em casos raros, conseguem ultrapassar a proteção atmosférica e alcançar o solo. O monitoramento contínuo dessas partículas é considerado essencial para avaliar riscos adicionais a sistemas eletrônicos expostos.
Repercussão visual nas redes sociais
Imagens da noite marcada pela tempestade G4 inundaram plataformas digitais. Registros vindos de Rio Rico, no Arizona, Farmington, no Novo México, e Boulder, no Colorado, mostraram céus tingidos de vermelhos e verdes por 30 minutos ou mais. As publicações evidenciam o alcance continental do espetáculo luminoso e reforçam a natureza incomum de uma aurora tão intensa em latitudes médias. Ainda que os retratos sejam valiosos como documento cultural, eles também funcionam como indicadores informais da extensão da atividade geomagnética.
Com a sucessão de explosões X1.8, X1.2 e X5.1 na região ativa AR4274, o ciclo de distúrbios solares permanece em evolução. As projeções de NOAA e Met Office mantêm a atenção voltada para a próxima madrugada, período em que novas interações entre partículas solares e a magnetosfera poderão repetir ou até intensificar os efeitos verificados.
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