Square Enix corta equipes no Ocidente e planeja automatizar 70% do controle de qualidade com IA até 2027

Square Enix corta equipes no Ocidente e planeja automatizar 70% do controle de qualidade com IA até 2027

Lead — Quem, o quê, quando, onde e por quê

A Square Enix comunicou, na quinta-feira, 6 de novembro de 2025, uma nova rodada de demissões que afeta diversas áreas nos escritórios da Europa e da América do Norte. A empresa informou que a medida faz parte de uma reestruturação global com objetivo de reduzir custos e acelerar processos internos. Paralelamente, revelou o plano de automatizar até 70% das atividades de controle de qualidade com inteligência artificial generativa até 2027, consolidando a tecnologia como ponto central de sua estratégia.

Índice

Escala das demissões e setores atingidos

De acordo com informações levantadas junto a funcionários e relatórios internos, aproximadamente 140 profissionais do escritório de Londres foram avisados de que seus cargos estão em risco imediato. Os cortes não se limitam ao Reino Unido: departamentos de TI, marketing, planejamento, vendas e equipes dedicadas ao controle de qualidade nos Estados Unidos, no Canadá e em outros países europeus também constam na lista de dispensas.

A publisher descreve a iniciativa como parte de um processo para tornar a operação ocidental mais “enxuta”. A projeção divulgada internamente indica uma economia anual de até US$ 19,6 milhões, resultado da redução de pessoal e da reorganização de responsabilidades entre as filiais fora do Japão.

Objetivos da reestruturação internacional

O presidente Takashi Kiryu conduz a reforma estrutural com a finalidade de agilizar a tomada de decisões. A companhia avalia que processos excessivamente fragmentados entre escritórios dificultam lançamentos simultâneos e elevam o custo de cada projeto. Ao condensar funções e migrar parte das tarefas para Tóquio, a administração pretende criar um fluxo de produção unificado que minimize redundâncias.

Além das finanças, a reestruturação envolve revisão do modelo de publicação. A Square Enix afirma que uma equipe central assumirá a coordenação de campanhas globais de marketing, enquanto regionais passam a focar ações localizadas. Esse redesenho pretende cortar etapas duplicadas e acelerar a distribuição de materiais promocionais.

Automação de controle de qualidade: metas e cronograma

No mesmo dia em que comunicou as dispensas, a empresa apresentou seus resultados financeiros trimestrais e detalhou a iniciativa batizada de Square Enix Reboots and Awakens. O ponto mais ambicioso do plano prevê que 70% do processo de testes e depuração de jogos migre para ferramentas de inteligência artificial generativa até o ano fiscal de 2027.

Segundo documentos corporativos, a editora observa que a fase de verificação de bugs, tradicionalmente executada manualmente, responde por parcela relevante do custo total de desenvolvimento. Ao automatizar a triagem de falhas, a expectativa é encurtar o ciclo entre os estágios alfa e beta, reduzir horas extras de testadores humanos e lançar atualizações corretivas com maior rapidez.

Parceria com a Universidade de Tóquio

Para viabilizar a meta de automação, foi firmado acordo de cooperação com o Laboratório Matsuo-Iwasawa da Universidade de Tóquio. O projeto, intitulado “Desenvolvimento Conjunto de Tecnologia de Automação de Controle de Qualidade de Jogos Usando IA Generativa”, concentra-se em treinar algoritmos capazes de identificar falhas lógicas, colisões, problemas de balanceamento e inconsistências visuais nos builds submetidos pelos estúdios.

O laboratório ficará responsável pela modelagem de redes neurais e pela curadoria de conjuntos de dados, enquanto as equipes internas da Square Enix fornecerão builds diários de jogos em desenvolvimento para treinamento e validação. A companhia considera que o conhecimento acadêmico em processamento de linguagem natural e visão computacional complementa a experiência prática dos engenheiros de engine proprietária.

Debate interno sobre limites da IA

A adoção de soluções automatizadas provocou discussões entre funcionários remanescentes. Integrantes de equipes de design manifestaram preocupação com a possibilidade de algoritmos influenciarem decisões criativas. Em círculos internos de comunicação, gestores enfatizaram que a IA atuará principalmente em detecção de erro repetitivo, deixando a definição de mecânicas e direção artística sob responsabilidade humana.

Apesar das ressalvas, a administração sustenta que o uso de inteligência artificial é indispensável para enfrentar prazos cada vez mais curtos e consumidores que exigem atualizações constantes. Profissionais do alto escalão defendem que a tecnologia funcionará como “ferramenta de apoio” e não como substituta integral do trabalho humano, mas a companhia admite que algumas posições podem ser reavaliadas conforme o sistema amadurecer.

Antecedentes: segunda onda de cortes em dois anos

A atual demissão em massa sucede reorganização semelhante realizada em 2023, quando estúdios ocidentais tiveram quadros reduzidos após avaliação de desempenho financeiro abaixo do esperado. Na ocasião, setores de suporte e publicação já haviam perdido parte do efetivo, sinalizando tendência que se confirma em 2025.

Relatórios de acompanhamento apontam que o retorno sobre investimento de títulos lançados nos últimos ciclos, sobretudo jogos como serviço, ficou aquém das metas internas. O resultado reforçou a percepção, entre executivos, de que a empresa precisava recalibrar o volume de lançamentos e priorizar projetos com maior potencial comercial.

Relação com o plano estratégico de maio de 2025

Em maio de 2025, a Square Enix divulgou um roteiro corporativo baseado em quatro pilares: otimização do desenvolvimento de entretenimento digital, fortalecimento do relacionamento com o público, estabilidade empresarial e equilíbrio entre retorno ao acionista e investimento em crescimento. Naquela apresentação, foi anunciado também o fim de acordos prolongados de exclusividade em consoles, com transição para estratégia multiplataforma.

A nova rodada de cortes alinha-se a esse roteiro ao reduzir custos fixos e direcionar recursos para projetos classificados como AAA, considerados prioritários na proposta multiplataforma. Jogos que não atendiam aos critérios de retorno previsto foram cancelados, embora não tenham sido detalhados publicamente. A editora declara, em documentos financeiros, que a meta é “mudar de quantidade para qualidade”, concentrando esforços em menos títulos, porém de impacto global.

Impacto potencial na produção de jogos

Especialistas internos em gestão de projetos estimam que a automação de testes, caso alcance o índice pretendido de 70%, poderá encurtar cronogramas de desenvolvimento de grandes franquias em algumas semanas, especialmente nas fases de certificação e pré-lançamento. Por outro lado, a redução de equipes humanas traz desafios, como a necessidade de revisão dos fluxos de feedback, antes dependentes de comunicação direta entre testadores e designers.

Em departamentos de marketing, a redução de pessoal implica redistribuição de tarefas, com maior ênfase em campanhas digitais globais padronizadas. A empresa avalia que ferramentas de análise de dados e segmentação automatizada possibilitarão manter o alcance do público-alvo, mesmo com equipes menores.

Repercussões no mercado e entre funcionários

Nos fóruns internos, colaboradores afetados relatam incerteza sobre recolocação, enquanto sindicatos locais acompanham o processo para verificar cumprimento de indenizações. A Square Enix informou que fornecerá orientações individuais nos próximos dias e promete suporte para transição de carreira onde houver exigência legal.

No mercado de desenvolvimento de jogos, a notícia reforça tendência observada em outros grandes estúdios que exploram inteligência artificial para acelerar etapas de produção. Analistas destacam que, embora o uso de IA possa gerar ganhos de eficiência, o impacto sobre emprego e sobre a criatividade ainda é avaliado caso a caso.

Próximos passos anunciados pela companhia

A administração estabeleceu marcos de acompanhamento anuais até 2027, quando espera atingir a taxa de 70% de automação em QA. Cada marco incluirá métricas de custo, prazo médio de desenvolvimento e taxa de falhas identificadas após o lançamento, indicadores que servirão para ajustar o sistema de IA. A empresa também pretende ampliar a aplicação de algoritmos a outras áreas, como balanceamento dinâmico de dificuldade e personalização de experiência do usuário, à medida que a tecnologia evoluir.

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