Oito filmes concebidos para liderar franquias bilionárias que não passaram do primeiro capítulo

Quando um grande estúdio libera um orçamento elevado para uma produção, o objetivo raramente é apenas um filme; a meta é erguer uma série de continuações, atrair licenciamento de produtos e manter o público fidelizado por anos. No entanto, alguns projetos não conseguem transformar ambição em resultados comerciais. A seguir, são examinados oito casos emblemáticos de longas-metragens que reuniam elencos de peso, cifras volumosas e planos de expansão, mas viram essas metas ruírem logo após a estreia.
- Panorama das expectativas frustradas
- John Carter (2012)
- A Bússola de Ouro (2007)
- City of Ember – A Cidade das Sombras (2008)
- A Múmia (2017)
- Eragon (2006)
- O Último Mestre do Ar (2010)
- Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017)
- Jumper (2008)
- Fatores recorrentes nos insucessos
- Onde assistir a cada produção
- O legado dos projetos interrompidos
Panorama das expectativas frustradas
Cada título listado tinha uma estrutura planejada para crescer. Os estúdios desenharam cronogramas de sequências, encomendaram roteiros paralelos e, em certos casos, iniciaram até linhas de brinquedos. Mesmo assim, argumentos considerados pouco envolventes, estratégias de marketing confusas ou recepção negativa da crítica provocaram o encerramento dessas possíveis franquias ainda na largada.
John Carter (2012)
A Disney almejava posicionar John Carter como seu próximo grande épico de ficção científica. A trama, inspirada nos livros de Edgar Rice Burroughs, exigiu cerca de US$ 250 milhões em produção. Apesar do investimento, o público não foi conquistado. A divulgação foi tida como confusa, e a bilheteria ficou abaixo de US$ 300 milhões mundialmente, valor incapaz de cobrir custos de produção e marketing. Com a receita aquém do esperado, todas as possíveis continuações foram abandonadas. Hoje, o filme integra o catálogo do Disney+.
A Bússola de Ouro (2007)
Baseado na saga literária Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, o longa reuniu nomes reconhecidos, como Nicole Kidman e Daniel Craig, além de cenários luxuosos. A proposta era iniciar uma trilogia que competisse em escala com O Senhor dos Anéis. Contudo, a adaptação adotou tom mais leve que o dos livros, afastando parte dos leitores. A bilheteria, considerada abaixo das metas internas do estúdio, encerrou o plano de três filmes. A história voltou a ser explorada somente anos depois, na série His Dark Materials. A produção está atualmente disponível na HBO Max.
City of Ember – A Cidade das Sombras (2008)
Com Bill Murray e Saoirse Ronan no elenco, City of Ember apresentava a intrigante premissa de uma sociedade subterrânea que começava a colapsar após séculos isolada. O orçamento chegou a US$ 55 milhões, mas a divulgação recebeu pouca atenção, e a narrativa não despertou engajamento amplo. O resultado foi uma arrecadação inferior a US$ 20 milhões, valor considerado um fiasco pela indústria. A iniciativa de adaptar a série literária de Jeanne DuPrau para o cinema foi arquivada. O longa encontra-se no serviço Lionsgate+.
A Múmia (2017)
A Universal Pictures pretendia usar The Mummy, estrelado por Tom Cruise, como porta de entrada para o chamado Dark Universe – um universo compartilhado que traria figuras clássicas das histórias de terror, como Drácula e Frankenstein. No entanto, a produção não definiu um equilíbrio entre ação e elementos de horror, o que resultou em críticas negativas e bilheteria inferior às expectativas nos Estados Unidos. O desempenho abaixo do desejado levou o estúdio a suspender o projeto do Dark Universe. Atualmente, o filme pode ser visto na HBO Max, Prime Video e Netflix.
Eragon (2006)
Inspirado no best-seller de Christopher Paolini, Eragon era a aposta da Fox para conquistar o público que se encantou com Harry Potter e O Senhor dos Anéis. A história do jovem fazendeiro que descobre ser um cavaleiro de dragões reunia todos os elementos de fantasia épica. Entretanto, o roteiro apressado e efeitos visuais considerados datados desanimaram fãs e críticos. Embora o filme tenha obtido bom desempenho em alguns mercados específicos, ficou longe das metas estabelecidas pelo estúdio, que cancelou os planos de sequência. O título está disponível no Disney+.
O Último Mestre do Ar (2010)
Dirigido por M. Night Shyamalan, o live-action adaptou a animação da Nickelodeon conhecida no Brasil como Avatar: A Lenda de Aang. O orçamento atingiu cifras milionárias, e a intenção era lançar uma trilogia. Porém, as alterações substanciais na narrativa original e as críticas quanto à representatividade do elenco geraram forte reação negativa de fãs. Mesmo tendo recuperado seu custo de produção, o filme foi duramente avaliado pela imprensa especializada, e as continuações planejadas não avançaram. O longa está acessível na Netflix, Paramount+ e Mercado Play.
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017)
Luc Besson levou às telas a história em quadrinhos francesa que inspirou Star Wars. A produção, visualmente ambiciosa, ultrapassou US$ 175 milhões em orçamento. As estimativas indicavam que seria necessário superar US$ 400 milhões para cobrir custos e gerar lucro. A bilheteria ficou distante desse ponto de equilíbrio, e o enredo, considerado confuso, não convenceu o grande público. O filme tornou-se o maior fracasso comercial da carreira do diretor e encerrou qualquer possibilidade de sequência. A obra está no catálogo do Prime Video.
Jumper (2008)
Com Hayden Christensen e Samuel L. Jackson, Jumper apresentava o conceito de pessoas capazes de se teletransportar instantaneamente pelo planeta. A ideia era expandir esse universo em várias continuações. Apesar de ter arrecadado mais de US$ 220 milhões, as críticas foram majoritariamente negativas, fato que minou o ímpeto do estúdio para avançar com novos capítulos. Mesmo assim, o conceito permaneceu vivo; em 2018, um spin-off em forma de série chamado Impulse retomou a premissa inicial. O longa pode ser visto no Disney+, Prime Video e Mercado Play.
Fatores recorrentes nos insucessos
Analisando os oito casos, alguns pontos se repetem. Orçamentos elevados exigem bilheterias proporcionais, e falhas na comunicação de marketing podem confundir o público, como ocorreu com John Carter. Adaptações literárias que se afastam do material de origem, a exemplo de A Bússola de Ouro e O Último Mestre do Ar, enfrentam resistência dos fãs que esperam fidelidade. Além disso, a crítica exerce influência considerável: ressalvas quanto ao roteiro, efeitos ou escalação de elenco tendem a impactar a percepção geral e, consequentemente, a receita.
Onde assistir a cada produção
Atualmente, todos os títulos permanecem disponíveis em serviços de streaming, permitindo ao público redescobrir ou conhecer essas tentativas de franquia. Disney+ abriga John Carter, Eragon e Jumper; HBO Max exibe A Bússola de Ouro e A Múmia; Prime Video oferece A Múmia e Valerian; Lionsgate+ apresenta City of Ember; e Netflix inclui A Múmia e O Último Mestre do Ar. Os catálogos podem variar conforme a região e a disponibilidade contratual.
O legado dos projetos interrompidos
Mesmo sem terem gerado as franquias imaginadas, esses filmes deixaram marcas na cultura pop. Alguns inspiraram séries de televisão, como Jumper, ou motivaram novas adaptações, caso de Eragon, cuja versão seriada está em desenvolvimento. Outros serviram de aprendizado para os estúdios sobre a importância de alinhar material de origem, expectativas do público e estratégias de divulgação. Cada um desses insucessos comerciais ressalta como a combinação de investimento, planejamento e recepção crítica pode determinar se uma produção se tornará uma saga duradoura ou permanecerá como esforço isolado.
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