Oito animes pouco conhecidos na Crunchyroll que merecem a sua atenção

No vasto catálogo da Crunchyroll, grandes títulos costumam monopolizar as recomendações, enquanto obras menos divulgadas permanecem à margem do radar do público. Mesmo com qualidade reconhecível e narrativas singulares, esses animes acabam soterrados pelo volume de lançamentos e pela predominância de franquias consagradas. A seleção a seguir reúne oito produções que, apesar de discretas, exibem conceitos originais, personagens complexos e abordagens distintas de gênero. Todos estão disponíveis na plataforma de streaming e podem oferecer uma experiência nova ao espectador que deseja escapar do circuito mais popular.
1. Odd Taxi
Quem: Odokawa, um motorista de táxi de aparência reservada e comportamento taciturno.
O quê: Um enredo de mistério psicológico que parte de corridas corriqueiras pelas ruas de uma metrópole habitada por animais antropomórficos e evolui para investigação criminal.
Quando e onde: A história se passa no cotidiano urbano contemporâneo, apresentado como uma cidade de traços modernos, mas povoada por figuras que remetem a diferentes espécies.
Como: A rotina de Odokawa muda radicalmente após o desaparecimento e posterior morte de uma passageira, tornando‐o suspeito principal de um caso policial. A partir daí, pequenos encontros dentro do táxi revelam conspirações, chantagens e conexões improváveis entre clientes, policiais e criminosos.
Por quê: A narrativa aproveita a perspectiva limitada do motorista para construir suspense, questionar percepções e explorar temas de identidade, solidão e moralidade sob a aparência de um thriller.
2. Once Upon a Witch’s Death
Quem: Meg Raspberry, aprendiz de bruxa às voltas com os dilemas típicos da fase final da adolescência.
O quê: A jovem descobre, no aniversário de 17 anos, ter sido amaldiçoada e que possui apenas um ano de vida, a menos que cumpra uma tarefa quase impossível.
Quando e onde: O cenário mistura ambientação clássica de fantasia com vilas, florestas e escolas de magia, sem ancorar a trama em um período histórico específico.
Como: Para quebrar a maldição, Meg deve recolher mil lágrimas de alegria e cultivar uma Semente da Vida. A contagem regressiva força a protagonista a viajar, interagir com estranhos e confrontar seus próprios limites.
Por quê: A obra utiliza o dispositivo do tempo limitado para explorar autoconhecimento, empatia e propósito, evidenciando que a realização pessoal pode residir na jornada e nos vínculos estabelecidos, não apenas no resultado final.
3. Gintama
Quem: Gintoki Sakata, ex‐samurai irreverente, viciado em doces e aparentemente alheio a responsabilidades.
O quê: Uma combinação de comédia e ação em um Japão alternativo da era Edo, onde alienígenas — os Amanto — proíbem o uso de espadas e marginalizam os antigos guerreiros.
Quando e onde: O período histórico é reconstruído com elementos de ficção científica, resultando em riquíssima justaposição de rituais tradicionais e tecnologias avançadas.
Como: Sem rendas fixas, Gintoki aceita trabalhos variados, sempre acompanhado por um pequeno grupo de aliados. Episódios focados em humor pastelão se intercalam com arcos dramáticos que discutem honra e resistência cultural.
Por quê: O contraste entre irreverência e seriedade sustenta a crítica à perda de identidade que acompanha mudanças bruscas, além de reforçar o valor simbólico da perseverança.
4. Clevatess
Quem: Clevatess, rei demônio determinado e vingativo, e as figuras humanas que cruzam seu caminho.
O quê: Depois de devastar um reino humano, o monarca das trevas adota um bebê órfão e ressuscita uma heroína derrotada para auxiliá‐lo na criação da criança.
Quando e onde: O universo fantástico apresenta reinos em constante tensão entre facções demoníacas e humanas, criando pano de fundo propício a reviravoltas políticas.
Como: A trama dá andamento à vida cotidiana dentro do castelo, agora transformado em lar improvisado, enquanto antigas rivalidades se adaptam à presença de uma criança e de uma heroína rediviva.
Por quê: A inversão dos papéis tradicionais de herói e vilão permite examinar preconceitos de ambos os lados do conflito e discute a possibilidade de redenção por meio do cuidado e da convivência.
5. SK8 the Infinity
Quem: Reki, estudante entusiasta de skate, e Langa, recém‐chegado que busca recompor a vida após mudanças familiares.
O quê: Os dois adolescentes mergulham em corridas clandestinas de downhill, conhecidas como “S”, onde a adrenalina suplanta quaisquer normas de segurança.
Quando e onde: A narrativa ocorre em Okinawa, trazendo cenários tropicais e ruas sinuosas que servem de pista para os confrontos noturnos.
Como: Reki introduz Langa na competição; o talento natural do novato, aliado às pranchas customizadas do amigo, provoca escalada de rivalidades entre veteranos.
Por quê: A série trabalha amizade, superação e identidade, ilustrando como esportes urbanos podem funcionar como canal de pertencimento em fases de transição da juventude.
6. Last Exile
Quem: Claus Valca e Lavie Head, pilotos de uma pequena vanship — aeronave leve usada para transporte de cargas.
O quê: Em um mundo chamado Prester, duas nações — Anatoray e Disith — sustentam guerra aérea interminável, utilizando frotas gigantescas que dominam os céus.
Quando e onde: O cenário mistura estética steampunk com nuvens densas e portos aéreos, sugerindo civilização que evoluiu em torno da navegação pelos céus.
Como: Claus e Lavie sobrevivem realizando entregas arriscadas até receberem a missão de transportar Alvis Hamilton, menina ligada a um mistério capaz de alterar o destino do conflito.
Por quê: A série confronta ética de guerra, responsabilidade individual e amadurecimento, colocando personagens juvenis diante de dilemas que transcendem interesses pessoais.
7. Kowloon: romance na Cidade Murada
Quem: Reiko Kujirai e Hajime Kudou, corretores imobiliários que trabalham na nostálgica Cidade Murada de Kowloon.
O quê: O relacionamento amoroso dos protagonistas ganha contornos de suspense quando Reiko encontra foto de Kudou com a ex‐noiva, figura que possui aparência idêntica à dela.
Quando e onde: A história decorre em versão romantizada da Cidade Murada, conhecida por sua densidade caótica de construções e becos labirínticos.
Como: A descoberta da foto desencadeia questionamentos sobre passado, identidade e memória; Reiko percebe lacunas na própria história e busca respostas em meio ao cenário claustrofóbico.
Por quê: Ao combinar drama psicológico e ficção científica, a obra examina noções de existência e duplicidade, desafiando o espectador a refletir sobre autenticidade no cotidiano.
8. Girls Band Cry
Quem: Nina Iseri, jovem que abandona a família após sucessivos fracassos, e Momoka Kawaragi, guitarrista talentosa que enfrenta traumas pessoais.
O quê: As duas fundam, junto a novas amigas Rupa, Tomo e Gakuto, a banda Togenashi Togeari, buscando expressar experiências de rejeição e insegurança por meio da música.
Quando e onde: A narrativa se passa na atualidade, percorrendo bairros contemporâneos da capital japonesa e ambientes de apresentações independentes.
Como: Sem recursos financeiros, o grupo precisa conciliar empregos temporários, ensaios e problemas emocionais, compondo canções que refletem abandono, desigualdade e depressão.
Por quê: Ao retratar vulnerabilidade e perseverança, o anime destaca que a arte pode servir de instrumento de resistência e de construção de identidade, mesmo diante de expectativas sociais opressoras.
Ao contemplar gêneros que vão do slice of life musical ao thriller psicológico, dessa lista surge um panorama de possibilidades para quem deseja ampliar o repertório além dos títulos mais comentados. Cada obra adiciona alguma nuance — seja humor autorreferencial, questionamento existencial ou inversão de arquétipos — e reafirma a diversidade criativa disponível dentro da Crunchyroll.
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